Nota de 23 de outubro de 2007. Este artigo foi publicado pelo O Caatinguense, nº 1, Ano 2, correspondente ao primeiro trimestre deste ano, órgão da Alavanca, Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), com sede em João Pinheiro (MG) jurisdição à qual pertence o distrito Sant´Ana do Caatinga, ativa comunidade quilombola.
L. C. Vinholes
Foi com entusiasmo que cheguei a Sant´Ana do Caatinga para conhecer a comunidade da qual me havia falado minha mulher Helena que ali estivera em outra ocasião.
Desde os primeiros momentos, admirei a urbanidade dos habitantes deste povoado implantado na confluência dos rios Caatinga e Paracatu. Caminhando pelas ruas de calçamento inacabado, imaginei o passado de uma história de acontecimentos marcantes refletidos nas casas de construção tradicional e no arvoredo rico e de sombra acolhedora. Convivi com idosos e jovens, os primeiros guardando a cultura e os costumes de outrora e os outros sonhando em conquistar novos valores e desbravar outros c aminhos que ofereçam melhores condições de vida e de lazer.
Chamam a atenção dos que visitam Sant´Ana do Caatinga a Igreja, o Centro Cultural a Fábrica de Doces, a escola, o Centro de Saúde, o Centro de Arte Popular e Capoeira e a Fábrica de Farinha que, embora inaugurada em 30 de março de 2006,depois de quase um ano ainda não foi entregue para uso pela comunidade.
Selando minha visita, senti saudades e deixei como lembrança ma bengala, símbolo de respeito e autoridade, trazida de Angola em uma das minhas viagens aos Países e Língua Oficial Portuguesa (Palop)
Destaco ainda, a inteligente providência de preparação para a reciclar o lixo urbano para dele tirar proveito e minimizar os danos ambientais.
Seria bom que Caatinga abrisse espaço para empreendedores vindos de fora com intenção de colaborar no seu desenvolvimento, abrindo oportunidades de melhor aproveitamento da mão-de-obra local. Seria bom que os políticos que têm seus nomes desbotados nos muros de Caatinga se lembrassem do povo que os elegeu.