Não posso oferecer meu coração,
Sem antes desfazer-me da maldade:
Se tanto o tal remorso o ser me invade,
Também vou respeitar meu bom irmão.
Assim, o que desejo, de verdade,
É pôr no verso um gesto de afeição
Que venha a conquistar quem mais diz “não”,
Porquanto o amor a todos persuade.
Quem for gentil na trova desta esfera
E se dispõe a dar de si o melhor,
É claro que uma prece o gajo espera,
Embora saiba bem não ter de cor
O tracejado rústico, e se esmera,
Para fazer da rima algo maior.
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