Uma das profissões mais antigas do mundo chamado civilizado, o professor, hoje, 15 de outubro, é a data consagrada a ele.
A figura do professor já existia na Grécia pré-socrática. O pedagogo, como era conhecido, era uma espécie de babá sofisticado. Ou seja, além de cuidar da criança ou do adolescente, o pedagogo tinha a função de ensiná-lo os principais rudimentos capazes de instruí-lo para a vida pública. No século IV a.C. pelo menos a função, não a profissão, já estava bem definida. Sócrates, que foi professor de Platão, foi um dos mais ilustres professores da época. As aulas eram ministradas nos pátios e nas praças.
No Brasil, a partir do séc. XVI, nossos ancestrais receberam uma instrução à base da catequização cristã. Na verdade era um doutrinamento que tinha em seu bojo todo um conteúdo rígido, o qual devia primar pelos preceitos do pontificado de Roma. O pioneiro dessa façanha em terras tupiniquins foi o padre José de Anchieta, recém-chegado de Portugal e primeiro na arte de pregar os preceitos cristãos por aqui.
Em 1827 D. Pedro I baixou um decreto imperial definindo uma série de regulamentos em relação às escolas de primeiras letras. Entre as várias determinações o decreto definia inclusive como deveriam ser os contratos empregatícios dos professores, estabelecendo até seus salários.
A data de 15 de outubro escolhida para homenagear o professor pelo primeiro imperador do Brasil tinha como principal referência a grande educadora Santa Teresa D’àvila, a qual se destacara em educação por aqui. No entanto, somente em 1957 acontece a primeira homenagem ao professor na data consagrada a ele. Mas foi só em 1963, sob o governo de João Goulart que a data se tornou oficial.
Homenagens à parte, o professor brasileiro hoje sucumbe com um salário e um tratamento indignos. Elemento indispensável para o aprendizado de toda a criatura humana, o professor não é reconhecido e sequer respeitado. Estima-se que o Brasil tenha atualmente 2,4 milhões de professores em todas as modalidades e níveis. A grande maioria desses profissionais é mal preparado, mal remunerado, desrespeitado e, sem exagero, massacrado por um sistema que não prima pela valorização do que deveria ser o mais importante da nação, uma vez que é ele o responsável pela formação do caráter profissional de todos os cidadãos.
A situação atual é uma das mais deprimentes para o professor. Nos últimos meses, com a criação de um famigerado Plano Nacional de Educação, o atual governo proclamou sem nenhum constrangimento que até o ano de 2010 o salário dos professores deve atingir R$ 800. Ora, esta miséria não dá sequer para comprar uma sexta com os principais produtos alimentícios.
Neste 15 de outubro o professor não tem nada a comemorar. Além do feriado que lhe foi concedido ele só tem o dia inteiro para efetuar os trabalhos e de correções de provas, preparação de aulas para os dias posteriores e outros trabalhos mais.