Aprendi com meu pai a chorar sem precisar derramar lágrimas, a escutar mais do que falar e a só dizer as palavras necessárias numa conversação. Meu pai sempre foi de poucas palavras, mas as poucas que ele diz são sempre marcantes.
Meu pai me chamava de "André nuclear", numa alusão ao meu desligamento e porque eu sempre deixava todo tipo de coisa, principalmente copos, caírem da minha mão no chão.Ele dizia que se eu trabalhasse numa usina nuclear o mundo já teria acabado, porque num lugar desses as pessoas precisam estar atentas para não provocarem acidentes nucleares que poderiam destruir o planeta.É bem coisa de engenheiro, né? Mas o fato é que não deixo escapar mais nada das minhas mãos, não quebro um copo há anos. Aprendi com uma brincadeira do meu pai a ter firmeza nas mãos.
Uma das grandes recordações que tenho de papai são os passeios. Viajávamos com ele, sem a mamãe que era pra dar um descanso para ela, lá pra casa da minha avó em Minas Gerais. E essas viagens eram ótimas porque ele deixava a gente fazer tudo que a minha mãe não deixava, ainda mais com a minha avó por perto. Quando íamos a parque de diversões o Rafa sempre sumia. E pelos alto falantes anunciavam meu pai para ir buscá-lo.
Pai é o limite, mas também é a liberdade. Liberdade que conquistamos com as ferramentas que ele nos deu.O pai é o alicerce do nosso prédio em eterna construção.
Aprendi com meu pai a encarar a vida de frente e a não virar as costas para o meu erro. Aprendi com meu pai a aprender...
"Não há alegria para o coração de um pai, que valha a certeza da felicidade de um filho."(Júlio Dantas)
