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Artigos-->A CPMF DESVIRTUADA É PÉSSIMO NEGÓCIO -- 25/09/2007 - 17:15 (Jeovah de Moura Nunes) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


A CPMF DESVIRTUADA É PÉSSIMO NEGÓCIO



O presidente Lula disse que “ninguém conseguiria governar sem a CPMF” e que “deveriam propor o fim do tributo para depois de 2010”. Deselegante como sempre, não percebeu o confessado propósito em desejar o pior para os que vierem depois dele. Isto no caso de não forçar um terceiro mandato já em fase de lavagem cerebral por meio de estranha propaganda do Banco do Brasil, pregando um excêntrico número três. Neste caso, o pior seria para ele mesmo, ou para alguém do PT, candidato à presidência. Inchado, sem pescoço e enfatiotado num terno escuro, nosso presidente parece um personagem piadista, ou a própria piada.

Criada pela verve de um médico, o dr. Adib Domingos Jatene, tendo em vista a melhoria da saúde em nosso País, uma vez que muita gente morria e ainda morre em filas de hospitais, a CPMF era - na visão do então ministro da Saúde - a salvação da Pátria. O dr. Jatene nasceu em 04.06.1929, em Xapuri, no Acre. Foi graduado em medicina aos 23 anos pela Faculdade de Medicina da USP. Toda a sua pós-graduação foi feita no Brasil, no Hospital das Clínicas, sob a orientação do professor Zerbini. A revista Isto é chegou a classificar o grande cirurgião de “o brasileiro do século”. Diria que do século passado e deste presente século!

Acreano, dr. Jatene é “paulista de coração”. Respeitado por todos, certa vez entrou num apartamento onde esperavam muitos de seus amigos para uma festa. Mesmo sem ninguém pedir, todos os convidados da festa que fumavam naquele momento apagaram os cigarros quando o doutor Jatene entrou no apartamento. Na sua ingenuidade, o doutor até elogiou os convivas: “Estou gostando de ver! Ninguém aqui fuma!” Mas foi só o médico voltar ao elevador para que todos tirassem maços e isqueiros dos bolsos. O episódio ilustra a mistura de medo e respeito que a simples presença de Adib Jatene impõe.

Ministro da Saúde do governo de Fernando Collor no início dos anos 90, abandonou o cargo profetizando, meses antes da CPI do Orçamento: “Não dá para ficar. Meia dúzia de empreiteiras manda neste País”. Comportamentos como estes fizeram do médico (que também foi secretário de Saúde de São Paulo, entre 1979 e 1982, e novamente ministro no governo FHC) unanimidade nacional. O idealizador da CPMF, o imposto da saúde, também chamado de imposto do cheque, nunca foi filiado a nenhum partido, mas cumpriu muito bem seu papel em Brasília. “Foram boas experiências, mas hoje acho que o governo está muito perto dos ricos e não entende os problemas dos pobres”, critica.

Ou seja: quando é dos ricos ignora os pobres; quando é dos pobres dá esmola e não a experiência profissional pela educação e do trabalho. Questionado se voltaria à política, o dr. Jatene foi categórico: “Não, por uma razão: estou acostumado a combinar alguma coisa e cumprir esta coisa. E o que consegui verificar na política é que não há compromisso de se cumprir o que se combina”. De qualquer forma, afirmou estar à disposição de qualquer partido e de qualquer governo para ajudar o País. Mas, como a CPMF nunca cumpriu com sua missão existencialista, o médico abandonou definitivamente a vida pública e nós, brasileiros, perdemos a oportunidade de conviver com um homem honesto, de grande decência pública e digna: coisa raríssima neste País.

Quase todo o dinheiro ex-traído de forma constrangedora de nossas movimentações financeiras vai para os bolsos de funcionários, de ministros, ou para investimentos em outras áreas que nem de perto pertencem à saúde. O atual governo, assim como os demais, nunca fizeram relatórios públicos demonstrando claramente o destino de 40 bilhões de reais arrecadados sem nenhum esforço pelo governo. E assim ficamos assistindo à decadência de uma saúde pública, transformando o pobre cidadão brasileiro em mero judeu num campo de extermínio, semelhante aos usados pelos nazistas nos anos 30 e 40 do século passado. O dr. Adib Jatene foi realmente um grande brasileiro. Um grande político. Não essas “coisas” que vemos diariamente nos jornais, brigando, roubando, falando abobrinhas e nada fazendo, ou idealizando como fez o grande cirurgião. Se não fosse desvirtuada por esses governos incompetentes, a CPMF já teria melhorado em 100% a saúde dos brasileiros e não teríamos esse caos que tanto nos “mata” de vergonha.



Jeovah de Moura Nunes é jornalista e escritor.

jeovahmnunes@hotmail.com
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