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Artigos-->DEUS EXISTE? -- 16/09/2007 - 16:57 (HENRIQUE CESAR PINHEIRO) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos



Deus pode até existir; mas não há evidências de sua existência, enquanto para sua não existência a lógica está aí comprovando.



Ora, vejamos o seguinte fato: Se Deus existe, e o universo foi criado há 12 bilhões de anos; o quê ele estaria fazendo antes e antes e antes...? A pergunta não é original, mas é pertinente.



A bíblia traz, em algumas passagens, informações dizendo que Deus viu isso; viu aquilo, achou bom e fez.. Ora, se é Deus, Ele não pode ter dúvidas sobre nada. Todas suas decisões devem ser boas e sábias e não depois de concretizar qualquer projeto vê-lo bom.



Mas voltando à nossa afirmação inicial, todas as evidência apontam, pelo menos para os mais racionais, o contrário sobre a existência de um deus qualquer. Não estou dizendo que crentes sejam irracionais, mas pressupondo que em matéria de fé não predomina a razão.



Muitas questões são postas em relação à existência divina. Considero até que houve uma grande evolução nesse sentido, pois milhares e milhares de deuses já foram assassinados, restando, quase que exclusivamente, apenas um, embora diferente nas diversas religiões. Acredito que isso seja um grande avanço para morte definitiva do último, que muito em breve será substituído pelo racionalismo.



Entretanto, muitas questões com relação a deus me incomodam, especialmente duas que colocarei neste pequeno artigo.



A primeira diz respeito à ira divina e sua sede de vingança. Aqui na terra, quando cometemos crimes, as maiores punições são a pena de morte ou a prisão perpétua. Esta última em alguns países chega a ser dada mais de uma vez para uma pessoa só. Uma aberração que não está sendo questionada aqui.



Agora, imagine a pessoa que não acredita em Deus por um motivo qualquer: Fé tem-se ou não se tem; não há como se obrigar alguém a ter fé, e pela falta de fé ser condenado ao fogo do inferno eternamente. Além de vingança, como poderíamos classificar essa atitude? Injustiça? Maldade? Crueldade?



Neste aspecto,  deparamo-nos de cara com a lógica.  Se o homem tem que acreditar em deus e ter fé, isso obrigatoriamente teria de ser uma coisa inerente ao homem, que lhe seria concebida pela entidade suprema logo por ocasião do nascimento. Muitos crentes dirão que Ele nos dá essa fé, mas que devido às tentações mundanas, intermediadas pelo satanás, nos desviamos do caminho que nos foi traçado.



Mesmo assim, se isso fosse verdade, os castigos divinos ainda seriam muito cruéis. Por mais que se tenha feito aqui na Terra, nada justificaria uma pena tão pesada. Por outro lado, sendo deus somente bondade, os cristãos sentem prazer em nos ameaçar com a ira divina. Como pode um ente tão sábio, tão bom, colocar pessoas na Terra para depois sofrer no inferno e Ele sentir prazer nisso?



Portanto, pode-se imaginar que os humanos, mesmo com toda sua incoerência, sua imperfeição, são melhores que Deus; pois para um crime qualquer cometido aqui as penas são mais maleáveis, enquanto as divisas são cruéis e eternas.



Imagine uma pena eterna, mesmo para Hitler, por exemplo, que matou milhares e milhares de pessoas, covarde e cruelmente:para todos seus crimes na Terra, a pena seria a prisão perpétua ou a morte. Uma pena bem mais branda, já no reino dos céus: o fogo eterno. Aí pergunto, mesmo com os crimes que cometeu o fogo eterno seria justo? Acho que não. Assim, a concepção de deus é totalmente equivocada, pelo menos no sentido de justiça.



Por outro lado, nos deparamos com o paradoxo da onipotência. Ou seja, segundo os livros sagrados deus pode tudo, sabe de tudo. Se ele pode tudo e sabe de tudo, como não sabe que uma pessoa não terá fé e outra terá ao chegar na Terra? Porque não prevenir esses fato e não permitir o desvio de conduta da pessoa? Maldade somente. Para justificar tal paradoxo, inventaram o livre arbítrio. Ora, isso é outra balela. Pois entendo que ele como ente superior e todo poderoso, pode muito bem intervir para consertar o destino das pessoas e nunca permitir que um cordeiro seu se desvie do bom caminho. Por outro lado, para que isso tudo, se ele é bom, sabe de tudo não haveria necessidade de tais provações, pois, volto a afirmar ele já tinha conhecimento do desvio de comportamento de muitos humanos. E de acordo com as pregações religiosas de todos. Por minhas observações para o céu irão poucos.



Vemos no mundo todas as mazelas que cercam a humanidade, começando pela fome e a pobreza absoluta. As pessoas que vivem totalmente na miséria, pela própria condição de vida, têm tudo para se revoltar, e buscar, por qualquer meio, melhores dias na Terra, não importando o que façam: se matam, se roubam, se seqüestram. As essas pessoas, às quais não foi dada nenhuma chance nesta vida, ao buscar sobreviver ainda estarão sujeitas a penas crudelíssimas, impostas por um deus vingativo e sádico, que tem prazer no sofrimento alheio. Não tem a mínima lógica.



Logo, se deus existisse e quisesse cobrar de “seus filhos” um certo comportamento, teria que dar a eles todos condições de vida semelhantes, iguais e não as disparidades que temos, e depois exigir igualmente de todos.



Isso se pode classificar como desvio de conduta, no mínimo, pois quem pratica atos tão cruéis é muito pior do que o próprio satã, se ele existir também, que não vive ameaçado ninguém nem impondo suas condições de vida terrena à humanidade.



Por outro lado, fico imaginando a seguinte situação, que, aliás, é plenamente possível de ocorrer.  Uma família tem vários filhos. Morrem os pais, que por serem justos aos olhos do senhor, vão para o céu; desfrutar de todas as benesses que são oferecidas aos seguidores das leis divinas. Os filhos do casal são muito amados por seus pais, que são capazes de tudo por eles.



Com o passar dos anos, todos os filhos morrem, e alguns também são agraciados com o paraíso, e vão se juntar aos pais terrenos. Entretanto, fica faltando um deles. O tempo passa e nada do último filho aparecer, mas como ainda existe o purgatório; para expiação de pecados, os demais membros da família pouco se preocupam com a ausência do filho ou irmão e aguardam pacientemente que ele pague seus pecados no purgatório e venha curtir o céu com os outros membros da família. Contudo, dois mil anos depois, por exemplo, nada de ele aparecer, e a família desesperada busca informações nos órgãos competentes do Céu, com São Pedro;  fica sabendo que aquele filho/irmão dileto não teve direito ao reino no Céu devido a seu comportamento na Terra e foi condenado a queimar no inferno por toda eternidade.



Agora, numa proporção aritmética mesmo, transporte isso para todos os membros da família, ou seja, nós falamos de filhos de um casal, mas sabemos que esses filhos tiveram seus filhos; no caso netos do primeiro casal e vários netos, portanto, filhos dos filhos que também não foram para o céu pelos mesmos motivos do primeiro ente da família que está no inferno.



A partir daí faço o seguinte questionamento: Pai, mãe, irmãos,  netos, parentes próximos conhecedores daquela decisão divina, que condenou membros da família ao inferno, se sentiriam, no céu, felizes, gozando de suas benesses e sabendo que um filho, um irmão, um parente próximo estava no inferno?



Portanto, se mãe ou pai, somente para citar os membros mais próximos hierarquicamente, se sentirem bem numa situação dessas, Deus nos concebeu totalmente isento de sentimentos, e somos criaturas mais monstruosas do que Ele próprio. A não ser que não tenhamos no Céu qualquer vínculo familiar depois que partimos daqui. Mas isso, também, é totalmente impossível. Se fosse assim, não se afirmaria que Jesus é o filho de deus. Mesmo negando nossos vínculos familiares, nós nos horrorizamos com o holocausto, fazemos protestos contra ditaduras, torturas, e iríamos nos sentir bem diante de uma situação monstruosa dessas?



Alguém pode ainda vir com argumentos torpes, do tipo, na morte tudo se esquece, e lá no Céu nossas lembranças serão apagadas para que nos sintamos bem e somente se tenha conhecimento do que ocorre ali. Isso seria de uma vileza ainda mais atroz e estúpida,  mostrando-nos a verdadeira face divina e sua farsa.



HENRIQUE CÉSAR PINHEIRO



SETEMBRO/2007



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