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Artigos-->ZÉ TOLO, O QUE É ISTO?! -- 18/09/2007 - 17:00 (Francisco Miguel de Moura) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
ZÉ TOLO, O QUE É ISTO?!...



Francisco Miguel de Moura*



Não me espanto mais com nada. Por isto não me irritei quando, ao abrir o jornal “Diário do Povo”, 17 de agosto de 2007, li, após a manchete, que “O presidente da Philips para a América Latina, Paulo Zottolo, debochou ontem do Piauí. Ao falar ao jornal “Valor Econômico” sobre o movimento “Cansei”, do qual é um dos líderes, ele declarou que ‘não se pode pensar que o país é um Piauí, no sentido de que tanto faz quanto tanto fez. Se o Piauí deixar de existir, ninguém vai ficar chateado. ’”

Só os Zé Tolos da vida abrem a boca para dizer tal asneira. Não falo da sua empresa, ela não tem culpa de estar na mão de cabeça tão oca. Falo no Piauí, que, como entidade política, humana, geográfica, história, social, se deixasse de existir – hipótese quase absurda – ficaria a historia de 60 mil anos ou mais, onde viveu o homem mais antigo das Américas. Felizmente naquele tempo não havia Zé Tolos, senão jamais teriam aqueles homens primevos fundado a civilização humana aqui. Aposto que o atual presidente da Philips nunca veio ao Piauí. E agora pode tirar o cabelo da venta que os piauienses jamais o deixaram desembarcar. O orgulho de nossa gente sofrida, pobre, mas não burra nem tola (pois, segundo o Prof. Santana, o Piauí tem sido um Estado exportador de cérebros para as mais diversas atividades humanas), é suficiente para evitar-se um desastre destes – que os Zé Tolos venham cá ou para cá.

Num tempo já distante, uma revista do Centro/Sul, para fazer sensacionalismo, escreveu que a nossa bandeira era um couro de bode. Veio, foi embora, publicou a reportagem e não voltou. Pela mesma época correu uma gozação com o nosso Estado que dizia: “Vá ao Piauí antes que ele se acabe.” E ele não se acabou, continua progredindo da forma que permitem a política de má distribuição de renda e de péssima discriminação na cobrança e distribuição dos impostos.

Mas, tudo que acontece pode ser uma lição importante para o povo. Temos que aumentar nossa auto-estima, escolhendo bem os nossos governantes e representantes junto aos poderes da República, o povo é rico de auto-estima, entretanto, não soube como usá-la. Vai aprendendo. Vai reconhecendo os políticos que vão para o Congresso e nada votam a favor da terra, ficam nas tricas e futricas, corrompendo e sendo corrompidos, desde Brasília até o Rio Grande do Sul. Estes, sim, devem ser criticados, para criarem vergonha. Se o Zé Tolo se dirigia a essa classe, tudo bem, a tolice dele ficaria bem menor. Mas não soube formular sua crítica. Então, continuando sobre aquele tempo que já vai distante, o Governador Alberto Silva, piauiense de quatro costados, engenheiro e engenhoso, idealista e de prodigiosa imaginação (tenha ele os defeitos que tiver), cuidando do nosso turismo, cunhou uma frase lapidar para ser divulgada no Sudeste/Sul/Centro do Brasil:

– Vá ao Piauí, antes que você se acabe! – resposta àquele jornalista que havia debochado do nosso Estado.

Falamos em turismo e já temos um grande começo de auto-desenvolvimento. Nossa praia, a mais linda, calma, arenosa, mansa do mundo – Luís Correia (Amarração) – é visitada constantemente por europeus, que não são tolos. “Agora é a vez dos americanos”, assim falou uma autoridade dos Estados Unidos, achando que nossos Governos deveriam incentivar. Fica no eixo Maranhão/Piauí/Ceará, durante o ano inteiro, tudo o que os habitantes dos países desenvolvidos de clima frio e temperado precisam: água salgada, areia, sol, coco, cajuína, peixe e tranqüilidade em matéria de segurança. O Piauí tem outras coisas: Já falei na Serra da Capivara.; lembro, agora, a Serra das Confusões, o rio Parnaíba, as nascentes e o delta, este o segundo maior do mundo em águas doces.; as maravilhas de Sete Cidades, também pré-história das Américas, senão do mundo.; e tem mais os canyons do rio Poti, a Cachoeira do Urubu, as tradições e antiguidades de Oeiras etc. Por outro lado, o Piauí exporta saúde. Pacientes de Rondônia, Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Maranhão, Goiás, Tocantins, das fronteiras do Ceará, Pernambuco e Bahia procuram nossos recursos médicos que, em determinados setores, nada têm a desejar, se comparados com os melhores do país. Portanto, Zé Tolo, como seus anteriores, perdeu uma grande oportunidade de ficar calado.

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*Francisco Miguel de Moura, escritor brasileiro, mora no Piauí, em Teresina. E-mail: franciscomigueldemoura@superig.com.br

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