Usina de Letras
Usina de Letras
124 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 


Artigos ( 62486 )
Cartas ( 21336)
Contos (13274)
Cordel (10453)
Crônicas (22547)
Discursos (3241)
Ensaios - (10472)
Erótico (13578)
Frases (50875)
Humor (20083)
Infantil (5503)
Infanto Juvenil (4822)
Letras de Música (5465)
Peça de Teatro (1377)
Poesias (140917)
Redação (3323)
Roteiro de Filme ou Novela (1064)
Teses / Monologos (2437)
Textos Jurídicos (1962)
Textos Religiosos/Sermões (6251)

 

LEGENDAS
( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )
( ! )- Texto com Comentários

 

Nossa Proposta
Nota Legal
Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Textos_Religiosos-->O OLHAR -- 14/06/2016 - 19:59 (PAULO FONTENELLE DE ARAUJO) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

A família se retira. Examino melhor o motorneiro de pedra. Alguém aceitou ser o modelo daquela estácute;tua. Um dia o motorneiro não foi pedra. Talvez tenha sido uma fotografia amarelada. Terminou aqui totalmente desconhecido. O percurso inverso é possível. O boneco mantém o silêncio. Chegando perto pode ser gente novamente. Nesse instante pode ser gente. Chego perto. O motorneiro de pedra olha o indefinido e estanca. Volta a observar e o que vê retorna. Ele estácute; dentro de um dilema. Tornou-se um tipo de cadácute;ver atormentado por uma questão que o mantém de olhos abertos. O mundo possui um valor que justificasse a sua saída da pedra? O motorneiro não me responde, mas o instante em que o encarei, a pedra, o micro - segundo, se junta ao momento daquela família que fotografou o bonde. Este último momento se une a luminácute;ria da avenida, à buzina de um automóvel, à mulher que puxa as cortinas da sua janela e a ventania que levanta os cabelos daquela adolescente. O meu exame captura também o homem que ajeita a antena e o menino que reclama do gosto da alface enquanto um velho entra em seu apartamento sem usar a chave porque esqueceu a porta aberta.



As imagens se juntam: a buzina do automóvel é acionada quando a mulher abre as janelas. O vento passa. O ancião ajeita a roupa do menino para um outro jogar a alface pela janela. O reflexo da luminácute;ria esmaga a lataria dos automóveis. Uma mulher cospe no pai. Tudo são alfaces no meio das avenidas.



Alguém morre neste instante. O médico dirige-se ao pai e avisa “Seu filho morreu” e o pai questiona: “Morreu! De que forma? O que vocês vão fazer agora? Ele morreu e continua a morrer. Ali sobre a maca.”



Se Deus for algum troço seria isto? A multiplicação do instante. Aqui e ali. O baque do que acontece. O guarda-chuva aberto no fundo da piscina. O agora que envolveu a todos. Nem antes, nem nunca. Isto é o mais próximo que cheguei da frase: “Livrai-nos de todo o mal, amém!”



TRECHO DO LIVRO "DEUS, A FERIDA E A PERIFERIA" JÁ EXPOSTO NA USINA


Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui