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Artigos-->O “Pandavaia” -- 17/09/2007 - 14:38 (João Rios Mendes) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O “Pandavaia”

Nos Jogos Pan Americanos de 2007, no Rio de Janeiro, duas vaias me chamaram a atenção. A primeira foi logo na abertura dos jogos, quando noventa mil pessoas vaiaram o Presidente Lula no Maracanã. A segunda foi numa disputa de atletismo feminino, sem nenhuma brasileira competindo. Confesso, de coração, que eu gostaria de ter estado lá. Talvez eu nem vaiasse, mas adoraria ter assistido ao lindo espetáculo sonoro de uma vaia de tanta gente reunida – não o ato de vaiar em si, mas o coro, a união, a sincronia do “uuu” sem um único maestro, ou melhor, todos como um só maestro, como já presenciei em dois jogos com o meu Vasco da Gama.

Sobre as vaias ao Presidente, vários analistas políticos disseram terem sido provocadas por um “grupo orquestrado”. Segundo eles, o “povo foi mal educado, constrangendo o Presidente diante dos visitantes estrangeiros”. Essa vaia levou o Presidente Lula a entrar para a história como o Presidente que não discursou e nem abriu os jogos oficialmente. É como se, ao convidar seus amigos para sua casa, você saísse da sala e os deixasse sozinhos.

Não quero discutir se o Presidente agiu certo ou errado naquele momento. Contudo, se ele tivesse se comprometido a reformar as estradas, a melhorar a qualidade da educação e a não mais apoiar corruptos, tal como fez com Waldomiro Diniz, Severino Cavalcanti e outros, ele certamente converteria as vaias em aplauso.

Sobre as vaias às atletas estrangeiras, considero normal, pois quando estamos lá fora, como atletas ou turistas, os estrangeiros não são gentis conosco. Se precisamos de um endereço, eles respondem com uma má vontade enorme. Sem contar o constrangimento que passamos ao entrar legalmente em muitos desses países. Quando nossos atletas vão jogar no exterior inúmeras vezes eles são incomodados pelos torcedores de lá que vão para a porta do hotel soltar rojões e tocar música a todo volume para que eles não durmam e acordem indispostos no dia do jogo. Nesses dias, não vi um jornalista sequer dizer que aqueles povos são mal educados ou não estão preparados para receber uma olimpíada. Dizem apenas que isso faz parte da rivalidade. Não esqueçamos que nós só vaiamos. Não perturbamos o sono sagrado daquelas atletas invadimos a pista para tirar nenhum deles da disputa; nenhuma de nossas moças tirou a roupa em protesto; e ninguém interrompeu a corrida com cartazes protestando seja lá o que for. Só ouviram uma vaiazinha e tão achando ruim? Espera-se que um atleta e o Presidente tenham o discernimento de que não receberão só aplausos por onde passarem. Paciência tem limite. Bom senso também.

Estamos aqui é para vaiar mesmo os adversários. Como vou pagar ingresso e não ter o direito de vaiar ou xingar o juiz? Qual a graça de ir ao estádio ver os americanos, os cubanos e os argentinos vencerem nossos atletas e não os vaiarmos? É bom mesmo que eles saibam que a nossa etiqueta não nos permite ficar sem vaiar. Aqui, vaiamos até o Presidente!



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