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Artigos-->A reciclagem de plásticos está crescendo no país, impulsiona -- 20/11/2001 - 13:51 (Douglas Lara) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A reciclagem de plásticos e o meio ambiente



A crescente preocupação com a preservação ambiental e a implantação das normas ambientais ISO 14000 são fatores que contribuem para a expansão da reciclagem de plásticos.



A reciclagem de plásticos está crescendo no país, impulsionada por fatores sociais, econômicos e ambientais. O aumento do desemprego, tendo como causa principal a globalização da economia, vem atraindo um contingente populacional cada vez maior para esta atividade. As operações básicas envolvidas nesta área são de fácil aprendizado, não exigindo mão de obra de alta qualificação. Contudo, são necessários conhecimentos específicos para a obtenção de uma operação viável, visando o alcance de objetivos ambientais, de segurança operacional, de qualidade e econômicos. A falta desses conhecimentos tem causado o fracasso de empreendedores que iniciam nesta atividade.



De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, de 05/12/99, o preço do barril de petróleo, que em dez/98 oscilava entre U$10,00 a U$12,00, sofreu um acréscimo para U$25,00 a U$26,00 em dez/99, resultando numa elevação de 132% do preço da nafta, matéria-prima básica para a produção das resinas plásticas. Como conseqüência, as resinas aumentaram de preço, em média, 75% em 1999.



Das cerca de 5.000 empresas de transformação de plástico instaladas no país, 98% são pequenas e microempresas, que por serem vulneráveis a estes aumentos, encontram dificuldades de repassá-los totalmente ao consumidor, devido à competitividade do mercado. Como conseqüência, estes transformadores enfrentam dificuldades financeiras devido à queda de rentabilidade. Este cenário favorece o uso de reciclados, onde é possível a aplicação, pois o seu preço é, em média, 40% menor que a resina virgem.



A crescente preocupação com a preservação ambiental, motivada pela legislação, e a implantação das normas ambientais ISO 14000 no setor empresarial são fatores que estão contribuindo para a expansão da reciclagem de plásticos. No Congresso Nacional, estão tramitando os Projetos de Lei no 3750/1997 e 269/1999, que responsabilizam os produtores e distribuidores pela recompra (coleta) e pela destinação ambientalmente adequada das embalagens plásticas usadas na comercialização de seus produtos. Com finalidade idêntica, no nível estadual, existem, no Rio de Janeiro, a Lei no 3206/1999 e, em São Paulo, o Projeto de Lei no 1666/1997, sendo este específico para PET.



A iniciativa mais abrangente sobre este tema foi a instalação de uma Comissão no Congresso Nacional, para discutir uma Política Nacional de Resíduos Sólidos, a qual além regulamentar os tópicos mencionados anteriormente, proporá também a criação de incentivos fiscais para a industria de reciclagem, seguindo procedimento adotado em países de 1º mundo. Esta Comissão, presidida pelo deputado Emerson Kapaz, terá um prazo até dezembro de 2001 para elaborar um projeto de lei, disciplinando a gestão dos resíduos sólidos, o qual deverá ser votado em 2002. A aprovação destas leis resultará em novo impulso para a reciclagem de plásticos.



Os programas de educação ambiental, desenvolvidos nas escolas, comunidades e empresas, estão dando suporte para a implantação de projetos de coleta seletiva, os quais, além de auxiliarem na geração de empregos e na conservação do meio ambiente, fornecem matéria-prima de melhor qualidade para a indústria de reciclagem.



Por apresentarem menos contaminantes, os plásticos oriundos destes projetos proporcionam a redução de custos de processamento, através da diminuição ou eliminação das despesas decorrentes das operações de lavagem e secagem, permitindo a obtenção de produtos de melhor qualidade. Dados publicados pelo Compromisso Empresarial para Reciclagem (Cempre), revelam que o número de projetos de coleta seletiva em operação no país aumentou de 81 (1994) para 135 (1999). Considerando a existência de aproximadamente 5.000 municípios no Brasil, podemos avaliar o enorme potencial de expansão desses projetos, os quais, após instalados, deverão contribuir para a redução do preço da matéria-prima utilizada na reciclagem de plásticos, como conseqüência do aumento da oferta.



Pesquisa realizada no primeiro semestre de 1999, pela Abiquim/Plastivida (Associação Brasileira das Indústrias Químicas), em 39 municípios da região metropolitana de São Paulo, forneceu as seguintes informações: existência de 180 empresas recicladoras de plástico, cuja produção em 1999 (159 mil ton) atingiu 24,4% do consumo aparente de resinas plásticas no estado de São Paulo, naquele ano; metade do consumo da matéria-prima dessas empresas é procedente do pós consumo; os recursos financeiros movimentados anualmente giram em torno de R$41,7 milhões para compras e R$114,6 milhões resultantes das vendas; o preço médio por tonelada envolvido no processamento e comercialização dessas empresas foi de R$246,00 (matéria prima) e R$791,00 (produto), resultando num valor agregado de R$545,00 (222%).



Diante disso, podemos concluir que o mercado de reciclagem de plásticos é crescente. O crescimento de uma cultura ambiental no país, o surgimento de legislações e normas ambientais e a implantação de programas de coleta seletiva tornarão a indústria de reciclagem mais atraente, o que resultará no aumento da oferta de empregos e na melhoria do meio ambiente.



É importante, porém, que as pessoas que queiram investir na área procurem treinamento. Muitas pessoas estão ingressando neste setor sem o mínimo conhecimento. Como resultado montam instalações anti-economicas, de baixa capacidade ou compram equipamentos desnecessários e de alto custo. Como conseqüência, ocorrem fracassos com perdas econômicas.



Adilson Santiago Pires (adilsonsantiago@uol.com.br) é engenheiro químico, consultor e diretor da HELP Treinamento e Consultoria.



Agência Estado/Ciência e Meio Ambiente
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