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Artigos-->A devastação da Paralela -- 07/09/2007 - 10:48 (Paulo Maciel) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
“A devastação da Paralela”







Jornalista com coluna diária em jornal da cidade, abordando questões de meio ambiente em nossa capital, descuidadamente usa a expressão “devastação da Paralela” para caracterizar o que, segundo seu juízo, vem acontecendo com a principal via expressa de Salvador.

É evidente o exagero de sua manifestação, sabido que a Avenida Paralela ainda tem grandes reservas de mata atlântica.

A Paralela foi construída durante os anos em que morei no Recife. Acompanhei a execução dessa obra através dos jornais da Bahia que lia quase diariamente. Mais tarde, nas vezes em que vinha à Bahia, já não fazia o percurso para a cidade pela espremida via que passava pelas ruas de Itapoã, mas pela monumental avenida.

Eu me lembro perfeitamente que o principal motivo desse audacioso projeto consistiu em permitir a expansão da cidade, então confinada dentro de limites urbanos que impediam seu desenvolvimento. A cidade praticamente empacava diante das areias da Pituba e das matas que cobriam as áreas situadas depois do que hoje é o Iguatemi.

Naquela época havia duas vias principais, a Avenida Sete e a Carlos Gomes. Somente depois das avenidas de vale apareceram opções de trânsito de veículos sem engarrafamentos.

A Paralela nos fez vizinhos do aeroporto e abriu a possibilidade do crescimento da cidade em direção às praias e municípios do norte.

Os bairros então implantados na sua proximidade, principalmente o Caminho das Árvores e Patamares, este que não vingou durante muitos anos, trouxeram consigo um comércio de grande importância. Demos as costas ao velho Centro e ao Comércio.

Quando se dizia que a Paralela determinaria a expansão da cidade, sua abertura para novos horizontes, significava a admissão de que ela receberia um conjunto de edificações destinadas a residências e a atividades comerciais e empresariais, além do Centro Administrativo que nela logo se edificou.

Ninguém pretendia que ela se transformasse num santuário, com a completa preservação da biodiversidade de suas matas. Fosse assim, melhor teria sido manter incólume aquela reserva.

Dessa forma, quando agora se questiona o desmatamento que a construção de empreendimentos e de moradias está provocando esquece-se o objetivo primordial que ensejou a abertura da avenida.

Todos nós deveremos nos dar por muito felizes se a legislação municipal conseguir estabelecer parâmetros de ocupação daquela região que resultem na preservação de cinqüenta a sessenta por cento de suas matas, em que cada loteamento seja obrigado a manter parte expressiva de áreas verdes, tanto nos espaços individuais quanto nos comuns.

Aliás, essa questão de meio ambiente, de áreas e imóveis a serem conservados está virando um quadro surrealista: a mansão Wildberger e as barracas de praia são emblemáticas! No primeiro embargou-se a demolição de imóvel já posto abaixo, enquanto no caso das barracas a confusão é tão grande que a gente não sabe exatamente qual a situação. É um verdadeiro samba do crioulo doido em que fazem par na dança sem ritmo e sem tempo de acabar membros do Ministério Público, juízes, arquitetos, urbanistas, ecologistas, políticos, secretários municipais, gente do IBAMA e do Patrimônio e muitos curiosos.

Todos dizem defender nossos interesses e os dessa cidade maltratada cuja orla oferece uma paisagem lamentável.

A discussão sobre se é possível a construção de prédios de doze ou mais andares às margens da avenida beira mar é quase bizantina. Prefere-se manter terrenos baldios, casas abandonadas e um Clube Português em ruínas, ocupado por dezenas (centenas?) de famílias de sem teto, do que permitir a instalação de um hotel de luxo ou de prédios residenciais!

Pelo andar da carruagem essa novela não terá fim tão cedo!

07/09/2007



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