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Artigos-->CHICO MIGUEL E SUA ANTOLOGIA, por Herculano Moraes (2) -- 17/08/2007 - 09:42 (Francisco Miguel de Moura) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
CHICO MIGUEL E SUA ANTOLOGIA (2)



Herculano Moraes*



Esta casa (a Academia) tem promovido excelentes eventos – desde posses magníficas, com orações memoráveis, a lançamentos literários de porte, sem que a imprensa e a TV dêem qualquer importância.

Mas existem os que não se conformam e mantêm com intelectuais e editoras do país o necessário diálogo. Francisco Miguel de Moura tem conquistado bons espaços na imprensa de Portugal e de países latinos, em jornais e revistas de circulação nacional, colocando-se entre os autores piauienses mais conhecidos nacionalmente.

Esta coletânia é “uma antologia sem arestas, ampla em seu universo de alumbramentos, é o que é no justo espaço em que se concretiza como palavra-arte, aquela que se faz necessária sem ceder ao receituário das facilidades mercantis do verso ruim, que em má hora propaga-se como peste, ceifando os derradeiros ecos de beleza.” Quem diz isto é R. Leontino Filho, cuja análise mergulha na essência da palavra vinculando o criador ao elemento de sua criação.

Na pg. 13 da Antologia, um passeio na epígrafe de tantos quantos leram e compreenderam a sua poesia: Henriqueta Lisboa, Lygia Fagundes Telles, Fábio Lucas, Stella Leonardos, Fernando Py, Homero Silveira, João Felício dos Santos, Leila Míccolis, Joanyr de Oliveira, Nelly Novaes Coelho, Nilto Maciel, Dalila Teles Veras, Antônio Carlos Vilaça, Rosa Kapila, Assis Brasil e outros mais, críticos inumeráveis, jornalistas, simples leitores, todos encantados com a poesia de Chico Miguel.

***

Somos três a abrir as cortinas da história cultural do Piauí quatro décadas atrás. Logo depois éramos quatro, com a chegada de Tarciso Prado; e logo mais cinco com Osvaldo Lemos, seis, dez, centenas. Muitos se engajaram nesse sonho. Tantos outros caminharam conosco nesta jornada nebulosa, enfrentando os riscos de um regime autoritário, a censura... O fantasma do comunismo na cabeça dos generais, o arbítrio, a perseguição, a tortura moral, a violência contra as idéias, a proibição do direito de dizer e pensar.

Mas fomos pensando e formos dizendo, às vezes no silêncio dos quartos iluminados a lamparinas; às vezes nos debates clandestinos no quintal de nossas casas, onde líamos o que havíamos produzido.

Depois levamos para as salas de aula, inúmeras vezes expulsos pelos diretores de escolas que não queriam problemas com a “redentora”. Logo depois estávamos promovendo a literatura nas emissoras de rádio, nos auditórios e nos livros. A Polícia Federal proibiu a circulação de Meus Poemas Teus, mas a vingança veio através do Hardi Filho, que criou um pseudônimo denominado Pipinela. O sobrenome era uma metáfora. Era preciso fazer pipi sobre o regime. Mas os militares não conseguiram decifrar este enigma.

Somos uma família. Sempre fomos uma enorme família. Une-nos o ideal de construir. Tragédias pessoais, acontecimentos infaustos, desvios, nada disto interfere em nossos sonhos, pois somos uma família que se alegra com as vitórias de cada um. Não nos move a inveja, nem o ressentimento, nem a tristeza. Se eu pudesse dizer que tipo de sentimento resume a existência do CLIP, diria que todo esse complexo desprendimento tem a alma de uma mulher de nome Adélia, que conhece as entranhas deste movimento.

Se fosse possível demonstrar numa só pessoa as explosões de indignação, de descontentamento contra a censura, de revolta contra as injustiças, de força contra o arbítrio, instrumento desse enorme complexo de vivências do CLIP, diria que esses sentimentos estão vivos na figura emblemática de Tarciso Prado.

Esta Antologia contém os poemas que o Autor mais gosta. Aqueles que marcam e definem suas doutrinas, que espelham sua alma, projetam seus sonhos, que renovam suas células, que demarcam limites, que vicejam esperanças. São poemas reveladores do seu caráter de poeta afeito aos temas universais, mas sem perder a raiz de suas nascentes, a primeira água de sua correnteza, ele que é rio, mar, terra, sargaços e infinito, anjo e demônio, prosador e poeta, cronista, romancista, articulista, biógrafo, semente espiritual da arte literária.

______________________________

*Herculano Moraes é membro da Academia Piauiense de Letras e apresentou o poeta Chico Miguel, também da APL, no lançamento da “Antologia”, no Auditório da Academia, em 12.05.2007,









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