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Cartas-->1. CARLA -- 20/07/2002 - 07:12 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Despertei na espiritualidade, sem ânimo para prosseguir existindo. Não me matei, mas foi como se o tivesse feito. Essa é a história de quase todos os colegas, por isso, vou estender-me um pouco mais nas causas primárias da ruindade.

Quase sempre, os jovens que desencarnam têm reclamações quanto ao fato de não terem podido concluir as tarefas programadas, seja na Terra, seja no período anterior. Dizem-nos os protetores que deveríamos ser mais prudentes. Respondemos que a prudência se aprende com a maturidade. E dizemos mais: que os mais velhos tiveram sorte em terem ultrapassado a idade das loucuras. Quando nos lembram de que existem muitos (a maioria) que não se atrevem a desafiar os limites da segurança, chamamos a esses de poltrões ou de covardes, velhos desde sempre, incapazes de gestos generosos ou rasgos aventureiros.

Deixaram-me a tarefa de estender-me sobre esse tema por ser mulher, o que significa que tive muito atenuada a tendência a desafiar o perigo. Os rapazes é que mais freqüentemente põem em risco a vida, desnecessariamente.

Estava eu ao lado de um deles quando faleci. Dirigia ele alucinadamente pela estrada. Não lhe disse uma única vez para moderar a velocidade. Achava que o mundo nos pertencia. Havíamos enfrentado a moral arcaica das famílias e nos uníramos sexualmente, sem compromissos de matrimônio. Curtíamos o desejo de aproveitar a vida e de gozar todos os prazeres.

No desastre, ele não morreu.

Tenho tido a preocupação de lhe incutir na idéia que não teve culpa pela minha desencarnação. Contudo, fica pensando muito naquele dia, dando-lhe os adjetivos mais tristes ou ofensivos. Tenho muita pena do querido amigo.

Meus pais não são espíritas. Ouviram dizer que muitos jovens estão comunicando-se através dos médiuns, mas não se atrevem a procurar nenhum. Aliás, quase todos os colegas têm histórias semelhantes para contar.

Tenho visitado os “velhos” com regularidade, na companhia de outros elementos da equipe. Nessas ocasiões, tento entender o que se passa na mente deles e me sinto muito deprimida ao verificar que estão confusos. Ao mesmo tempo que me recriminam por não lhes ter dado atenção aos conselhos, ferem-me com terríveis doestos, que não gostaria de repetir.

Aí, nós rezamos para que se esclareçam quanto ao fato de a morte apenas representar a passagem para outra realidade e vamos embora, para visitar outras famílias.

Não posso dizer a eles o quanto sofri e venho sofrendo por não tê-los respeitado como deveria. Muitos companheiros, com dó dos parentes e amigos, tendem a transmitir-lhes notícias confortadoras, para o que precisam disfarçar o estado lamentável dos perispíritos. Não se trata de mentira piedosa mas da vontade de ver os seres amados mais adequadamente dispostos a enfrentar os problemas inerentes ao encarne, dando seqüência às atividades que os conduzirão à felicidade.

Tal palavra, felicidade, me soa estranhíssima, conquanto esteja aprendendo que só o trabalho com sentido evangélico é que nos transportará para as esferas mais elevadas, onde a existência transcorre menos sufocante, menos trágica.

José, ao ler esta parte da mensagem, recomendou que explicasse que as tais “esferas” não são assim tão “elevadas”, bastando adquirir compreensão do que seja a justiça e o amor do Pai para se adentrar no círculo das beatitudes mais adequadas para existência pacífica e proveitosa. Esse o objetivo do curso que freqüentamos.

Caberia recomendar aos leitores que lessem as obras espíritas, principalmente as publicadas por Allan Kardec. Mas não vou fazê-lo, porque creio, firmemente, que essa será deliberação inadiável, para quem deseje decifrar os mistérios da mediunidade ou entender os cânones da doutrina. Se não for assim, se os amigos só se dedicarem à leitura de obras como as nossas, haverão de encontrar dificuldades na sistematização dos conhecimentos, uma vez que mensageiros não categorizados como nós apenas pinçam, aqui e ali, conceitos, para darem sentido evangélico ao que escrevem.

No fundo, no fundo, temos todos a esperança de servir de trampolim para esses estudos mais consistentes, como também desejamos que os textos adquiram a lucidez dos que se produziram sob os auspícios dos espíritos ligados ao advento da Terceira Revelação. Trabalhamos, ao menos, para isso.

Muito obrigada. Fiquem com Deus!

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