Os templos gemem
a dor da madeira.
Cravos na madeira
incrustam sangues.
No último degrau das montanhas,
de todas as montanhas,
as azuis, as verdes,
as mansas, as tranparentes,
o Absoluto nos aguarda,
espreita,
suspeita.
A dor, no topo do silêncio.
O céu derrama sangue em meus ombros.
Olhos doem.
As raízes
da árvore recém-posta
pedem tempos
que virão pelas aberturas sangrentas.
O chão, vinho de azeite,
desaprende a videira,
comprometendo ruidosamente plácidas raízes.
De repente,
os templos desmoronam.
Carlos de Hollanda
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