Não saberia sonhar sem tua presença.
Não saberia ser sem que tu fosses.
Não poderia o mundo sem tua densidade,
sem tuas formas de ser, de pensar,
de fazer coisas, de amar...
Não saberia a terra sem teu cultivo,
sem teu pisar altivo.
Não saberia a água
sem o sal de tuas lágrimas,
sem o suor de teus cansaços
quando sofres a visita da violência,
quando te alcança a injusta ingratidão
ou o abominável rancor
com que te afrontam abomináveis homens.
Não saberia o mundo
sem que tua boca o disesse,
e nada poderia ser
sem que tu fosses.
Pois tudo vem e brotará
de teu ventre
ou de tua vontade,
de tua mente,
de tua sensibilidade.
Carlos de Hollanda |