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Artigos-->O INDIVIDUALISMO E A MÍDIA -- 11/07/2007 - 17:05 (Francisco Miguel de Moura) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O INDIVIDUALISMO E A MÍDIA



Francisco Miguel de Moura*



Há ainda pessoas que detratam os livros de genealogia, feitos para especificar membros familiares e gerações, a partir de remotas origens. É que uma das aspirações do ser humano é saber de suas origens. Esses detratores não lembram que lêem os jornais e principalmente as insignificantes colunas sociais ilustradoras exclusivamente das vaidades das classes média-alta e rica, no que existe de mais fútil: aniversários, fofocas, indicações adulatórias e de exaltação, na maioria dos casos, a personalidades indevidas ou sem valor moral – apenas pelo dinheiro ou pela posição política momentânea. Conhecemos genealogias que trazem um sem-fim de informações históricas, de situações importantes para o levantamento da história do Estado e mesmo do país em suas várias fases. Exemplo: a de autoria da Profa. Iracilde Maria de Moura Fé Lima – “De Moura aos Moura Fé – Resgate de uma trajetória”.

Referência mais que oportuna às genealogias. Entretanto, o principal é estudar e comentar individualismo versus mídia, no mundo em que vivemos. Estudar uma família, uma localidade, um país, historicamente está sendo relegado a segundo plano. Ao invés, sobressaem as biografias, normalmente de personalidades da mídia, da tevê, da política e dos altos negócios. Por que esse individualismo? Por que não se levam a sério os romances, as epopéias, as histórias de vidas que, no passado, modelaram o mundo? Os dez mil anos do homem, a partir de quando saiu da caverna e começou a viver em comunidades não valem nada? Afinal de contas, que mundo é este onde nada mais precisa ser feito, senão exaltar (ou fofocar) sobre os que vivem a ilusão passageira da celebridade? Por que se elegem rei para o futebol, para a jovem guarda, para o baião? E misses para a beleza deste e daquele lugar, desta e daquela moda ou desfile? A ânsia e chegar ao livro “Guiness”, indicando apenas o que é maior, o que é melhor (entre aspas) nem que seja uma coisa, uma mercadoria, uma tolice qualquer ou uma barbaridade?

A mídia gosta muito disto, é mais fácil lidar, é possível enganar tantos ao mesmo tempo, a massa ignara. É possível ganhar muito dinheiro, em pouco tempo, em cima desses pequenos grandes fatos tornados da noite para o dia os maiores e as celebridades exuberantes. Embora no dia seguinte tenham necessidade de substituí-las, no que fazem com grande facilidade. E ainda alardeia que é novidade, modernidade, o novo.

Culto da personalidade, culto das vanidades e das vaidades. Tudo virou coluna social. Na tevê e na internete, os meios que hoje mais influenciam. Porém contaminam a literatura, as demais artes, o que houver de sério e bem intencionado, de forma que é difícil entender-se tanta individualidade mentirosa, tanta falta de conhecimento da natureza humana – tão diversa, tão complexa, em cuja massificação perdeu a alma. Vale dizer: estamos sendo triturados pela máquina industrial, pela mercadoria, pelo capital, pelos egoísmos e desejos inúteis de posse e de riqueza, de prestígio e de poder. Os vícios e o desperdício, acima de qualquer ética, de qualquer princípio, de qualquer análise do que é homem e do que foi, do que poderá vir a ser a pessoa, a família, a sociedade e o planeta – eis os ingredientes do caldeirão onde tudo se que corrói, tudo e todos e todas, em virtude do embotamento da consciência. Recorro ao poeta para me diz que “ninguém é só um, e eu não sou diferente dos outros. As pessoas podem não ter muita consciência disso, portanto não exercem essa consciência.” O poeta é João Habitualmente, pseudônimo de Luís Fernandes, entrevista ao Suplemento Literário “Das Artes das Letras”, Porto, em 12/6/2007. Ele só faz confirmar que o homem está deixando de ser o homem, abandonando seu caráter dual (eu diria plural) e integrando-se inteiramente â tentação da mídia. O homem da atualidade apaga sua alma com a borracha do primeiro aventureiro que apareça em seu caminho. E com certeza é a mídia que o apanha desprevenido de todo, sem a roupa da educação e da cultura que outrora se aprendia em casa e completava na escola. Hoje tudo é competição para ver quem é o maior. E nisto, a alma sucumbe, as doenças tomam conta e então apela-se para a leitura de um desses livros da mídia, justamente os de auto-ajuda, que vendem milhões e repetem a mesma lenga-lenga em doses chamadas homeopáticas.. Quando não outros expedientes piores. Muitas vezes tarde demais. A pessoa não se ama mais, vai pela cabeça da mídia, sem saber onde vai dar esse caminho. Será bom? Para quem?

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*Francisco Miguel de Moura, escritor brasileiro, mora em Teresina, Piauí. E-mail: franciscomigueldemoura@superig.com.br

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