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Artigos-->PERPLEXIDADE ANTE A VIOLÊNCIA -- 09/07/2007 - 22:13 (Francisco Miguel de Moura) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
PERPLEXIDADE ANTE A VIOLÊNCIA



Francisco Miguel de Moura*





O nosso mundo está cada vez mais complicado. Os problemas se avolumam e acabam estourando, como acontece agora com o tumor da violência.

Ontem, assistindo a um programa de tevê onde a apresentadora focava justamente o espancamento da doméstica, no Rio, na semana passada (última de junho) e os seus algozes, cinco rapazes supostamente da classe média, os quais, de acordo com testemunhas junto ao Delegado que preside o processo, já vinham praticando outros delitos semelhantes.

Ora, a mulher espancada se diz com muito medo de sair à rua e com razão. Por quê? Na sua ida à Delegacia para reconhecimento dos criminosos, dois ou três deles colocaram a boca no vidro de segurança e, olhando para ela, diziam:

– Você vai me pagar!

Pelo visto e ouvido, eles não se arrependeram, muito menos confessaram os crimes por que foram indiciados. A perplexidade mostrada pelos convidados especiais para o programa referido era tão grande que ficou patente no rosto e nas palavras, poucas palavras. A ofendida perdoa, entretanto quer a punição que merecem os agressores. Corretamente, espera que um dia eles se recuperem e não pensem mais maldades contra o ser humano, recolham-se a uma vida de respeito à cidadania e aos direitos dos outros.

Ninguém sabia o que pedir, o que fazer, inclusive a apresentadora (naturalmente falando pela voz da direção do programa). O clima de perplexidade diante da sociedade, do governo, da justiça, do ser humano. Afinal, o que somos? E por que tanta violência nos acontece? O que é válido para o Rio de Janeiro também o é para todo o Brasil, pois sabemos que a violência se generalizou, se banalizou, e parece que se instalou um conformismo injustificável.

Eu, cá tenho minhas convicções que ponho a debate: – Se a sociedade e cada membro de per si não cuidarem do equilíbrio das emoções, da educação emocional, partindo do núcleo da família e a se espraiar pela escola e trabalho, a violência agravar-se-á muito mais. Emoção e ética juntas, a família e a escola, o trabalho construtivo e a sociedades humanitárias podem oferecer, especialmente se sob o comando de uma estrutura de governo que realmente queira resolver, num programa de longo prazo. Educação que começaria pelos pais – os de hoje estão já mal acostumados – em escolas para os pais e adolescentes, acompanhados pelas igrejas das religiões a que professam. A criança teria uma escola de verdade, durante o dia inteiro, e, à noite, ainda fariam esportes que continuariam em clubes e torneios saudáveis nos fins-de-semana. A arte, todas as artes teriam um papel fundamental a desempenhar nesse programa educacional: música, dança, teatro, literatura etc. Enquanto isto, os artistas e todos aqueles envolvidos na sua difusão, devem lutar por uma arte ética, que não significa nem “careta” nem “engajada”. É farisaísmo obscurecer o papel da arte na educação do homem, tal como há sempre um grande mal-entendido quando o artista ou intelectual diz que a estética nada tem a ver com a ética. Tem e muito, deve ser subliminar, como quase tudo na arte; deve ser através de imagens e representações, não de discursos políticos ou partidários, religiosos ou ateus.

No mundo globalizado tudo se relaciona, não há artes separadas como se supõe, há uma só arte que se apresenta nas diversas formas e linguagens. Existe a arte e pronto.

Se não for por esses caminhos, eu não sei o que se pode e deve fazer, se ainda há esperança no homem – animal social que pensa e sente, ama e odeia às vezes, mas, sobretudo, defende o fundamental respeito à vida.

___________________

*Francisco Miguel de Moura, escritor brasileiro, mora em Teresina, PI, tem e-mail: franciscomigueldemoura@superig.com.br

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