“Não sei se terei tempo p’ra poesia”,
Pensava enquanto via o bom trabalho
Do grupo a redigir, sem quebra-galho
Do médium, que melhor jamais faria.
Imaginei então: “Vou ver se malho
O texto, p’ra dizer desta alegria,
Pois sei que me vou pôr na galeria
Dos que vêm retratar-se de espantalho.”
As lágrimas que correm pela face
Não quero já esconder atrás da rima,
Pois, mesmo que o meu tempo agora passe,
Eu sei que um verso apenas não sublima
O sentimento rústico que achasse
Um meio de encerrar de forma opima.
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