Nosso amor explícito ainda vibra
Solto, moleque, sem pudor
Escrito em ruas sem saída
Ainda ressoam tuas palavras, meus gemidos
E, a tua pressa em vesti-los
Cobrindo-os com tuas carícias
Nas calçadas, ainda ecoa
O rubor da minha face inquieta
Quando sopravas ao vento, os teus desejos
E mapeavas com tua voz , o meu corpo
Tontos de amor, rias do meu prazer
E, eu te modelava em meu mar revolto
Íamos ao sabor das aragens , viagens
Eu, a explorar teus vales
Tu, a escalar meus cumes, lumes
As horas, perdiam-se em segundos
Enquanto me dedilhavas em prelúdio
Corações ritmados em uníssonos
Respirávamos acordes musicais, sonatas
Enquanto as estrelas, no alto
Teciam em silêncio cúmplice
A melodia dos nossos corpos
© Nandinha Guimarães
Em 22.03.00
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