Usina de Letras
Usina de Letras
138 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62213 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10450)

Cronicas (22535)

Discursos (3238)

Ensaios - (10356)

Erótico (13568)

Frases (50606)

Humor (20029)

Infantil (5429)

Infanto Juvenil (4764)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140798)

Redação (3303)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1960)

Textos Religiosos/Sermões (6185)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Artigos-->As cotas e o conto de Maupassant -- 24/06/2007 - 20:58 (Athos Ronaldo Miralha da Cunha) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos




As cotas e o conto de Maupassant

Athos Ronaldo Miralha da Cunha



O debate sobre cotas sociais e raciais nas universidades tem suscitado acaloradas discussões.

Sou favorável as cotas sociais. A universidade pública tem que contribuir com a inclusão social. Cotas para os pobres seria um avanço considerável para uma verdadeira universidade pública e transformadora.



Penso, ainda, que os alunos das universidades públicas oriundos de escolas particulares do ensino médio deveriam continuar contribuído o equivalente para as universidades ampliarem a oferta de vagas. Mas isso é outra discussão.



No entanto, com relação às cotas raciais tenho algumas dúvidas e incertezas. Sempre que ouço algum comentário nesse sentido, vem a lembrança do conto No campo de Guy de Maupassant.

Nesse conto, duas famílias pobres, os Tuvaches e os Vallins são vizinhos e recebem várias visitas de um casal bem-sucedido. Após alguns encontros o casal dirige-se aos Tuvaches e pede em adoção um dos filhos. Em troca daria educação para o garoto que seria seu herdeiro e uma pensão mensal para melhoria da condição de vida dos demais. Eles não viveriam mais na miséria. A mãe Tuvaches fica furiosa. Diz que jamais venderia seu filho. Aquilo era uma abominação. Uma afronta. E expulsou o casal de sua casa.

Na outra casa, os Vallins recebem o casal e acham a proposta interessante. E aceitam que um de seus filhos seja adotado. O filho faria algumas visitas e eles teriam uma melhor condição de vida.

A outra mãe dizia de porta em porta que só os desnaturados vendiam seus filhos. Um horror. E isso se repetiu por anos e anos. As grosserias eram vociferadas junto a porta para que a família dos Vallins ouvisse.



Numa certa manhã uma carruagem estacou junto às duas choupanas. Desceu um jovem bem educado e vestido e foi ao encontro dos pais. Junto a porta de sua casa o rapaz, que foi negado para adoção, vê a chegada de seu vizinho e cobra de seus pais. “Aí está o que eu seria agora”.

Não perdoou seus pais e preferiu fazer a vida em outro lugar. À noite abandonou sua família e foi embora.



O que tem a ver as cotas com o conto de Maupassant?

Supondo que tenhamos duas famílias pobres: uma de negros e outra de brancos.

Dois garotos convivem a infância e a adolescência conjuntamente. Uma de cada família. Posteriormente, apenas um deles ingressa na universidade pelo critério das cotas raciais. Como ficaria a cabeça do rapaz pobre ao ver o vizinho universitário e ele sem a mesma oportunidade?

O conto de Maupassant nos coloca em introspecção e as cotas raciais em reflexão.









Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui