Fiúza, Ailam, meus poetas,
Mestre Egydio e meu Jorginho,
me façam um grande favor:
um cordel bem safadinho,
com rimas, sorrisos tantos
falando do grande mestre
- o poeta do absurdo!
quero versos, rimas loucas,
cheias de maresia,
chopps bem geladinhos,
rima sem rima alguma,
a calcinha de mulher
do prefeito aparecendo,
no comício da cidade
de um sertão nordestino.
quero perus voadores,
melancias em jaqueiras,
quero malucos aos montes,
tudo sem eira nem beira.
é que nessa vida doida,
nós, poetas de primeira,
somos tontos de poesia
procurando quem nos queira.
quem nos queira a poesia,
pois beijo na boca é fácil,
difícil é ver-nos a alma,
entender-nos a loucura
de fazer os nossos versos,
viver a eterna procura.
mas somos os loucos da alma,
aqueles que o mundo abraça
e sem termos qualquer calma
vamos seguindo a sina.
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