LER UM LIVRO
Ler um livro é partir para o até então mundo desconhecido, conviver com acontecimentos, até então estranhos, e conhecer um pouco do autor, o criador daquele universo, que era só dele e passou a pertencer também ao leitor, antes um intruso, um estrangeiro, que de agora em diante compartilha e à s vezes determina o rumo e recria em sua mente e em sua imaginação um novo e fascinante espaço - tempo, fazendo estremecer a sólida rocha de seus encantos, com novas interpretações ou vontade de fazê-lo, ou, como no caso desta obra, participar da mesma criação e das mesmas idéias, louvando-as, aplaudindo-as e segui-las.
Eis o poder de um artista, de um escritor, de um estadista, de um cientista do direito, de um poeta, de um artífice da palavra, de um artesão ou de um ourives da imaginação e da inteligência, o arquiteto de um diálogo, de fatos, teses e, porque não, de novos caminhos e mundos, navegando pelas galáxias da imaginação.
E livros, que eu saiba, não dão dinheiro, pelo menos para mim ou para o João Ubaldo Ribeiro, que escreveu há algum tempo, no Estadão (vale a pena saborear seu escrito ), uma preciosa crónica, de extrema atualidade, "Eu quero meu cemildola."
Nãoobstante, quando não se sabe fazer outra coisa, vale mesmo a pena escrever, não importa se dê dinheiro ou não. Se dá prazer, pronto!!! E quando, além do prazer, é uma necessidade do espírito, então, não há outra coisa a fazer, senão, escrever!
Escrever! Escrever! Escrever!...
Leon Frejda Szklarowsky:.
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