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Artigos-->O que leva as pessoas a se tornarem amigas ou inimigas? -- 10/06/2007 - 16:45 (Lílian Maial) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O que leva as pessoas a se tornarem amigas ou inimigas?

Lílian Maial







O que leva as pessoas a se tornarem amigas ou inimigas?

Depois de duas ou mais décadas de convivência, descobrir que o parceiro de toda uma vida não é mais amigo, não lhe quer bem, e que, por qualquer rusga, se esquece de anos de dedicação, carinho e cuidados, e deixa você sozinha, abatida, doente e sem recursos. Busca se vingar, seja na sua família, nos seus amigos e até nos filhos, mesmo que de maneira inconsciente.



As relações humanas deveriam se basear em confiança, respeito, bondade, porém, de uma hora para outra, transformam-se em desconfiança, mágoas, ressentimentos e, em alguns casos, desejos de vingança.



Pobre daquele que acredita no ser humano!



Não sei se alguém já disse isso, mas certamente já sentiu na pele. Juras, promessas, encantamento, uma vida construída juntos, para, de repente, virar uma guerra impiedosa, onde vencerá o mais forte (ao menos o de estômago mais forte).



Onde foi parar aquele anjo, aquela pessoa forte, protetora, amiga, que fez promessa solene proteger o amor de tudo e de todos, e nunca o magoar? Onde foi parar o amigo de todas as horas, o apoio, o suporte, o amor?

Hoje esses sentimentos deram lugar ao ódio, à vingança, ao desejo de destruir e contribuir para o sofrimento e a infelicidade.

E ficam, lá no cantinho, as lembranças de um tempo que agora parece tolo e desperdiçado. As trocas, as esperas, as surpresas, as alegrias, as vitórias, as lutas todas. Uma vida inteira sufocada por atitudes negativas de não mais querer bem. Tudo bem não se querer mais, mas deixar de querer bem?



O que leva as pessoas a se tornarem amigas ou inimigas?

Como desconfiar de que o pacto vai se acabar? Quais os sinais? Sim, porque os sinais de uma sociedade no fim são relativamente fáceis de se identificar, até mesmo por quem está de fora, mas sinais de não mais querer bem? Quais são? Como evitá-los? Melhor seria não evitá-los?



Somos feitos do mesmo material, crescemos com as mesmas regras e conceitos, mas em algum lugar da estrada os caminhos se dividiram e os passos se quedaram por atalhos ou desvios, e o cansaço e o orgulho impediram que se parasse e retomasse a caminhada em terras conhecidas e firmes.

E agora, ainda pelo meio do caminho, vemos as rosas plantadas por nós murchando de sede e frio, ante a indiferença da raiva e da frustração. Nossas rosas cor de chá despetalando, como um coração despedaçado, de raízes arrancadas do solo fértil da amizade.



O que leva as pessoas a se tornarem amigas ou inimigas?

Não sei, mas deveríamos nascer sabendo, para que não representássemos esse papel tosco de adultos separados pela incompreensão e a teimosia, pela falta de diálogo e a ocultação, pelo fingimento e as lágrimas sem destino.



Todas as afinidades se dissolvem ao sabor das palavras mal ditas. Todas as promessas se descumprem imersas em rancor. E aquele fio de aço que nos prende um ao outro, companheiros da mais longa de todas as jornadas, se parte em cada ausência, em cada manifestação de ira, em cada sentimento trancado e dilacerado pelo amargor.



Eu me recuso a me tornar inimiga do meu melhor amigo. Seguirei amiga sem amigo, mas não deixarei as rosas cor de chá serem maltratadas, abandonadas por falta de amor. Eu as recolherei e manterei num vaso delicado, e as regarei a cada vez que olhar para os filhos e frutos, sabendo que, em mim, nada do que vivemos será morto.





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