Usina de Letras
Usina de Letras
188 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62186 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10449)

Cronicas (22534)

Discursos (3238)

Ensaios - (10351)

Erótico (13567)

Frases (50587)

Humor (20028)

Infantil (5426)

Infanto Juvenil (4759)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140793)

Redação (3302)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1959)

Textos Religiosos/Sermões (6184)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Cronicas-->MELHOR FUBICA VÉIA -- 03/03/2002 - 10:30 (LUIZ ALBERTO MACHADO) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
MELHOR FUBICA VÉIA

Não é à toa que morremos de saudades de num domingo comemorar a vitória da Fórmula 1, bebemorando até tarde da noite. Faz tempo. Uma vezinha só, há mais de ano, quando a gente acreditou que o Rubinho Barrichelo decolaria nos circuítos. Ledo engano. Ou é castigo ou a gente vai viver só da lembrança do bicampeonato do Emerson Fitipaldi e dos tricampeonatos de Nelson Piquet e do Ayrton Senna, quando a gente ainda impunha respeito para cima dos adversários. Hoje nem no futebol, avalie.
Bons tempos aqueles, oito títulos intermitentes, quase duas décadas de glória. Depois da aposentadoria do Emerson, da saída do Piquet e da morte do Senna, a coisa minchou. Só na Fórmula Mundial, de uns dois anos para cá, que Gil de Ferran, Castroneves e Cia., vão dando festa.
Na Fórmula 1, necas de pitibiriba! O Rubinho quando não quebra, bate; quando não bate, roda; quando não roda, escorrega; quando não escorrega, atrapalha; e quando não faz merda nenhuma, abre pro alemão passar.
No último Grande Prêmio, parecia que a coisa ia mudar. Era a promessa de que 2002 vingaria pro lado da gente. E, por sorte, a coisa parecia que ia dar certo mesmo: Rubinho sai na pole. Foi tanta figa, despacho, oração, que até se esqueciam das outras temporadas. Meia-noite em ponto de sábado, a corrida estava marcada. O Galvão Bueno se esgoelando que o pega ia começar com Rubinho na pole, Felipe Massa em num sei que lugar, e outro brasileiro lá no meio do final da fila. A esperança estava acordada e num pregava o olho entrando na madrugada, roendo unha, espalhafato solto, vitória cantada antecipada.
Veio a volta de apresentação, tudo muito ensaiado. Vieram os semáforos, vermelhos e depois verde e lá se vai a acelerada. Ronco como a praga endoidando os ouvidos no maior volume da tv.
Óxe, amarrando o trànsito eis que Rubinho sai na frente com meio mundo de piloto doido para passar, ele na frente. Aquele comboio misturado duma boiada desgovernada mandando ver. Até que a certa altura da largada, lá vem o enterro voltando: o outro alemão, o Ralph que devia estar puto da vida, resolve abrir as turbinas e passar por cima do Rubinho. Não deu, maior cu-de-boi-na-área-do-central. Saíram mais da metade dos concorrentes, nem dada a primeira curva da largada. Maior salseiro da paróquia.
Corrida seguindo, apesar do tei-tei, com meio mundo de doidice. Quando dei fé, só haviam oito carros dos vinte e dois que estavam no grid. Maior sem-graceza. Quem ganha? Quem? O de sempre: Michael Schumacker! Também, num tem Niki Lauda, nem Prost, nem nenhum dos brasileiros gloriosos para enfrentá-lo, só figurantes que passeiam a prova toda, ué? O único que ainda peida um bocado e dá trabalho é o colombiano Montoya que, apesar de jeito agresivo, ainda não provou ao que veio.
Como o tempo muda na vida. Para Senna, segundo ou último, era a mesma coisa. Só interessava ser primeiro. Para Rubinho, ser segundo é uma garantia que não vai perder a boquinha. Um amigo meu mesmo acha que ele deveria ser comentarista ou substituto do Galvão na Globo. Era melhor. E esse meu amigo mesmo, fã de carro, depois de participar de meio mundo de corrida de jegue, jumento e mula, de soltar rojão junino e sair correndo na frente, além de muitas outras estrepulias não necessariamente mencionáveis para não alongar a croniqueta, resolveu criar a Fórmula Fubica e começou a fabricar seu possante no quintal de casa em homenagem ao Rubinho, e quer fazer um circuito nas rodagens de Alagoas. Disse-me que a nave dele já está pronta para a corrida, envenenada com uns motores engendrados da maior tranqueira já vista num ferro-velho e que já convidou toda sorte de mandús, cabritos, borréias, lorés, carroças, velocípedes fora-de-linha, monaretas, cinquentinhas e mobiletes para o maior auê da paróquia. O convidado especial? O Rubinho Barrichelo. Convidado e homenageado dos sem propósito algum. Esse meu amigo acredita que nessa, com certeza, trazendo a Ferrari velha dele, há uma probabilidade de 90% dele vir a ganhar, isso se a moçada der uma molezazinha para não traumatizar o rapaz. Vamos nessa? Êta, Brasilzim arreganhado e sem porteira, véio! Bié, bié, glup, glup!

© Luiz Alberto Machado. Direitos reservados do autor.

Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui