AGORA É ESPERAR PELO HEXA
(por Domingos Oliveira Medeiros)
A Seleção que começou desacreditada, acabou trazendo o tão almejado caneco, reconquistando seu espaço no cenário mundial das nações que melhor praticam o futebol. A imprensa tem matéria para mais ou menos quinze dias. O povo, com justa razão, estará alegre e anestesiado por mais uns vinte ou trinta dias. Provavelmente, até a próxima lavagem da camisa amarela que não tira nem para tomar banho, e que, agora, já exibe, com orgulho, a quinta estrela bordada.
Depois de passada a euforia, estaremos próximo de novo campeonato. Desta vez um campeonato local. Sem grandes estrelas. Sem grandes vitórias para comemorar. São as eleições que se avizinham. Um jogo de pernas de pau. Onde o goleiro está acostumado a engolir frangos homéricos e a arrotar faisão. Onde a melhor defesa é o ataque e a ofensa pessoal entre os candidatos. Um jogo feio e sujo. Cheio de jogadas perigosas e desleais.
Neste jogo, quem menos tem credibilidade é o técnico. Que usa e abusa do seu prestígio para favorecer o seu time. Um time, diga-se de passagem, apático e sem brilho. Que não sai da banheira. Não corre atrás da bola. Não disputa jogadas perigosas. Não tem aquela garra dos grandes craques. Fala pouco e joga pouco. Até agora, não chutou uma só vez a bola em direção ao gol. E o pior time em campo. O time dito oficial.
Na outra chave temos um time que sempre chega às finais. Mas, infelizmente, não tem sorte. Termina sempre em segundo lugar. Tem sido apelidado de campeão moral. É sempre o vice. Apesar de muitas bolas na trave. E de muitos pênaltis perdidos. Acumula um tricampeonato e, tudo indica, luta para conseguir o tetra. Fez novas aquisições de jogadores. Promoveu alianças com times que, em outras copas, eram seus adversários mais ferozes. Seria, mais ou menos, como se a seleção brasileira pudesse ser formada da seguinte maneira: metade com jogadores argentinos; e outra metade com brasileiros. Não pode dar certo. Não haverá entrosamento em campo. Sem tática e estratégia bem definidas, o time não irá muito longe. Não se pode jogar apenas com a fama de seu craque maior, o Luiz Inácio, o famoso Lula.
E há outros times, que foram criados dentro dos clubes, originários do infanto-juvenil, que, mesmo sem muita experiência, já pretendem concorrer com os mais velhos. Com os mais experientes. Estes não chegarão lá. A menos que resolvessem participar como gandulas. Pegando as bolas do lado de fora e aprendendo com os profissionais.
Mas há um time que promete. Um time cujo técnico é bastante experiente. Já conhece todas as manhas dos campeonatos nacionais e internacionais. E ainda por cima é engenheiro de formação. Sabe construir uma boa defesa e um bom ataque. E conseguiu reunir em torno da seleção que montou, um plantel de jogadores bem preparados. Uma equipe de gente experiente. Que já mostrou que sabe jogar para o povo. Essa seleção promete.
Se ela ganhar este campeonato, em 2006, como certeza, chegaremos ao HEXA da educação, da segurança pública, da distribuição de renda com justiça social, e da melhor assistência à saúde. Com trabalho para todos os brasileiros. E com nossa soberania restabelecida. O nome do técnico: Leonel de Moura Brizola. O goleador: Ciro Gomes. O vencedor: o povo brasileiro.
