Velho poço do Juá Com machado e tino bronco,
Na passagem para a feira Sempre a cortar dia e noite
Das famílias da ribeira Afinal vento de açoite,
Para lá e para cá. Separou da terra o tronco.
Cadê aquela caraibeira E agora, lá da Matriz
Que dava sombra e floria Da Padroeira Santana,
Causando doce alegria Notamos a obra insana
À passarada campeira; Dum machadeiro infeliz.
Que atraía os bois-de-carro Adeus com muita tristeza
Com seus carreiros sofridos Às florinhas amarelas
No deleite dos gemidos Donde as aves tagarelas
Dos cocões de lenho raro? Salvavam a Natureza.
Com grosso azeite e carvão Extirpar uma postema
E um ensope mergulhado, Será sempre um bom capricho,
Mantinha-se bem afinado Pois,agora, até o lixo
Do carro o canto em ação. Já despejam no Ipanema
Cheio de cocos da fonte, É preciso termos peito
Nas margens do rio Chico, De pedir à Prefeitura
Lá donde se avista o pico Tire o rio da amargura,
Da Vila de Belo Monte. Tire o lixo do seu leito.
Sem pensar na gravidade
Em ferir a Natureza,
Um verdugo com esperteza,
Deserdou nossa cidade:
Raul Pereira Monteiro (80 anos) Alegre e brincalhão. - Alagoano de Santana do Ipanema, radicado na Paraíba. Primeiro em Campina Grande depois em João Pessoa-Pb, onde reside atualmente. Agente Fiscal do Estado da Paraíba. Formado em Ciências Jurídicas. Poeta e escritor, com obras publicadas, inclusive um romance: “Quando a vida era mais doce”. Faz trovas, sonetos e poesias rimadas em geral. Obras: Mosaico Poético (poesia); Imagens do meu Caminho (poesia); Espinhos na Estrada (estórias diversas em prosa); Lembranças ( histórias do passado). No prelo: Nunca mais e Arengas Mesquinhas.