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Artigos-->Os 40 anos da DORI -- 31/05/2007 - 17:09 (Carlos Rogério Lima da Mota) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Fiquei muito feliz ao saber ontem à noite, através de D. Rita, palestrante dos 40 anos da indústria DORI, durante apresentação no Colégio Bezerra de Menezes, que minha foto encontra-se no mural produzido pela empresa em comemoração ao seu quadragésimo aniversário. Na foto datada de 1993, com apenas 16 anos, eu recebia das mãos do Sr. João Barion - um dos homens mais dignos que já conheci na vida, líder inconteste de uma geração crítica e detentora de habilidades inerentes ao sucesso, um agrado por ter participado de uma peça teatral durante as festividades de final de ano da empresa.



Até hoje agradeço a Deus por meu primeiro emprego ter sido na Dori, afinal, ali recebi o que todo homem precisa para fazer de seus sonhos, realidade: estímulo aos estudos. Recém-aprovado em concurso da Legião Mirim, fui encaminhado à empresa. A época era crítica para o país, a inflação girava em torno de 1.180% ao ano, corroendo os salários e as esperanças de um povo. Figuras como Fernando Henrique Cardoso e Mário Covas incendiavam o imaginário com suas teorias “harwardianas”. Confesso, assim que cheguei, senti um frio na barriga. Estava diante de um prédio gigantesco, de uma indústria cujo nome, de uma beleza enigmática, seria gravado nas páginas da História. Apesar da surpresa inicial, percebi que a Dori não seria uma empresa na minha vida, mas a EMPRESA, porque ali todos os meus sonhos receberiam o acabamento de que tanto careciam.



Acolher o funcionário, dando-lhe estímulos constantes para que alce vôos cada vez mais altos é uma constante na Dori desde sua origem, e que eu mesmo, imodestamente, posso ser considerado um exemplo vivo. Sou de uma família humilde, sempre almejei freqüentar uma faculdade, ter um futuro melhor, algo que meus pais não podiam me proporcionar por falta de condições financeiras. Por isso, desde que cheguei à empresa, tinha um objetivo: vencer todos os obstáculos existenciais, concluir um curso universitário e sair por terras distantes, ensinando o bem a todas as almas desse mundão, porque ensinar, para mim, é tão profundo e essencial como o sangue que corre as veias ou o ar que leva vida às células.



Com apenas três meses de empresa, fui promovido. Deixava de fazer parte da Legião Mirim para integrar o quadro permanente de funcionários. Passava de contínuo a auxiliar de contas a pagar. Ao lado de D. Rozilma, aprendi coisas fascinantes como acreditar nas pessoas e valorizá-las do modo como são, afinal, nenhuma pessoa é desprovida de valor, mas resultado dos votos que nela depositam. A capacidade de raciocínio e a habilidade dessa mulher com os valores humanos, além do zelo excessivo com as palavras no momento em que transferia o conhecimento, exigindo em troca apenas o interesse pelo aprendizado, refletem até hoje a maneira como essa empresa, uma das maiores do país, trata seus “filhos”.



Vieram os vestibulares...Meus presentes natalinos foram: “Senhora”, de José de Alencar, “A Moreninha”, de Joaquim Manuel de Macedo e “O Pequeno Príncipe”, de Exupéry – a alma escrita da Dori. Junto aos livros, um pequeno cartão da Rozilma, com os dizeres: “Boa prova! O futuro é seu!”. Naquele momento não me sentia um funcionário, mas parte de um corpo dinâmico e porque não imortal.



Passei no vestibular e lá mesmo, na porta de entrada, recebi os primeiros trotes. Aquelas pessoas não percebiam que, agentes do tempo, preparavam a terra para que eu plantasse as frágeis, mas vigorosas sementes do futuro.Não percebiam que lá nascia um cidadão de verdade, completamente moldado por mãos cujo único prazer era a vitória alcançada a cada nota azul que conseguia nas provas.



Deixei a empresa no último ano da faculdade para ingressar no Estado como professor da Rede Oficial. Estava pronto para formar outras figuras, incentivá-las com o mesmo otimismo e esperança que sempre recebi...



Foram muitos anos sem qualquer contato...Mas a vida dá voltas, como diriam os poetas da contemporaneidade e, certo dia, entrando em uma sala de oitava série do Colégio Bezerra de Menezes, encontrei a Anelise, filha do Sr. Pedro Lobo, um dos proprietários da Dori, e o homem a quem sempre tentei copiar, ainda que fosse impossível, tal a integridade e a honra beirarem à divindade. Por incrível que pareça, agora eu era professor de sua filha. O destino me permitia retribuir todo carinho e atenção recebidos ao longo da juventude.



Agradeço a Deus por ter feito parte dessa empresa, aliás, por fazer parte dessa EMPRESA, porque a Dori é como um time de futebol, não importa o tempo ou o espaço, amamos para sempre!
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