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Contos-->Quando os Lírios são Azuis -- 21/05/2002 - 17:55 ( Alberto Amoêdo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Um certo rapaz, a menos de três meses de casado, foi morar com os pais, por que foi mandado embora do banco onde trabalhava e naquela ocasião, não tinha condições financeiras pra se manter.
Enquanto deixava a esposa na casa de seus pais, saia a procura de emprego.
Certa noite voltando pra casa, vinha conversando com um transeunte, que lhes arrumou uma saída. A de ir procurar emprego em outro estado, no caso uma cidade grande.
Estava-se no ano de 1970, a lua ainda tinha os seus encantos, ainda havia crianças e na rua, a partir de meia noite só quem andava eram as visajens.
O rapaz, pensou e lembrou que nunca havia saido de casa. Não tinha conta de nenhum de seus irmãos terem feito uma arte dessa. Mas como em tudo há uma exceção.
Ele chegou em casa decidido.Falou com seu pai, sua mãe e sua esposa, que a principio relutaram, mas acabaram se convencendo, mesmo sem querer. Pois que entenderam a inssistência do jovem.
Assim no outro dia, de malas prontas foi para o porto, deu-se a despedida com os irmãos, os pais e por último com a esposa que já estava grávida.
Seguiu viagem.
Dez dias após a sua partida, a primeira carta contando de como foi a viagem e como era a cidade maravilhosa, pois estava no Rio de Janeiro.
Um mês e outra carta, com novidades quentissímas. Já estava trabalhando num banco, mas como tudo não pode ser perfeito, ganhava menos que em sua cidade e o dinheiro mal dava pra se manter.
O tempo passou e todo mês mandava e recebia carta. De seus pais, de sua mulher e de sua irmã.
Os outros irmãos, sabe como é. Homem normalmente não gosta de escrever...
Os dias passaram e por carta ficou sabendo que o seu filho nasceu, era homem, e teria o seu nome...
A felicidade foi tanta que o pobre nem dormiu direito e decidiu falar com o seu gerente, sobre pelo menos dez dias a mais do que tinha direito pelo nascimento de seu filho, afinal morava em Macapá.
O gerente aceitou os argumentos, até porque o rapaz era muito responsável, e em breve estava cotado para assumir uma carteira, adiantou o gerente a surpresa ao jovem.Que viajando de felicidade foi-se agora pensando em trazer o seu amor, pra junto de si.
Pegou o ônibus e seguiu outra vez para o Norte.
Chegando em Belém, foi passando as pressas para o barco, que estava ancorado na escadinha.E após muitos rios, árvores, casas, trapiches, barcos, outeiros e uma noite enluarada, chegou em Macapá.Chegando o seu coração não sabia se saltava ou se tremia. O fato é que a voz se confundia com choro de alegria. Pegou um ônibus e foi-se.
Tudo estava como antes, os lírios enfeitando as barras enferrujadas que constituiram o muro, a janela do seu quarto sombreado pelo pau mulato e a viúva alegre, o alpedre e o seu cachorro velho quieto, estarrado no meio da garagem vazia.
Adentrando devagar,viu a sua mãe assistindo as notícias do meio-dia, e pela sombra da saudade abraçou-a em voz trêmula de agônia.
As lágrimas firmaram-se no rosto, de alegria ou de tristeza?
Havia um vazio e não era no canto da sala.
O rapaz ainda sem perceber, não parava de falar e foi atrás de sua esposa, perguntando a sua mãe, que nem respondeu, surpreendida pelo pai,que o abraçou e disse sem contra mão:
Meu filho querido, estou muito feliz, mas te digo que a tua esposa, não reside mais aqui!
Ela foi fugiu com o teu irmão!
Consternado o rapaz reclamou, perguntando ao pai por que não interviu na situação, mas o pai ficou calado recebendo das mãos, de sua esposa um carinho meio desajeitado.
O rapaz pensou, olhou para os lados e nada mais disse. Saiu por onde entrou,olhou na frente da casa, como a fotografar uma última foto, do local, de seus pais, de sua irmã que triste olhando do terreiro, sabendo do acontecido,envergonhada nem veio ao seu encontro.
Baixou a cabeça e disse saindo:
- Por que vocês deixaram acontecer isso comigo!
Quem no Rio foi, ainda o encontrou pedindo esmolas.E quando foi identificado, relutou como um mendigo em estado desgraçado.

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