As minorias étnicas sempre tiveram uma enorme dificuldade de sobrevivência no Brasil. Os povos primitivos que se encontram confinados nas mais remotas fronteiras amargam muito mais dificuldades.
Um dos exemplos atuais mais notáveris é a do povo Ashaninka, cuja população de aproximadamente mil almas vive no oeste do Acre às margens do rio Amõnia, que é um afluente do Juruá, bem na fronteira com o Peru. O povo Ashaninka forma uma grande linhagem, tendo parte do seu povo espalhado pelo território peruano e até pela Bolívia. Os antropólogos atestam que eles são descendentes dos incas que vieram descendo os Andes em direçao ao leste até alcançar o que hoje são terras brasileiras.
Os Ashaninka é um povo festivo e harmonioso, tendo muita facilidade de relacionamento com os "brancos".
Os Ashaninka são muito divertidos. Pintam-se e usam enfeites semelhante aos outros povos indígenas. Em várias ocasiões eles sorvem a caiçuma, uma bebida feita à base de mandioca. Tocam tambores e flautas de bambu (semelhante à zamponha quechua) e dançam durante toda uma noite. A base de sua alimentação é a mandioca e os animais silvestres. Suas casas são construídas de pau e barro e cobertas com talos de paxiúba, uma palmeira abundante na região. Eles possuem uma consciência humanitária muito marcante. São ferrenhos preservadores da floresta.
Mas esse sereno e interessante povo vem enfrentando sérios problemas nos últimos tempos. Embora sua área seja demarcada, exploradores de madeira, sobretudo do Peru, estão devastando aquela área. Narcotraficantes também estão invadindo a região, tentando fazer dali uma rota para o tráfico. Eles dizem ter recebido oferta de altas recompensas em troca da exploração de suas florestas, bem como permisssão para abertura de campos de pouso para aviões de narcotraficantes. Como eles não aceitam, são frequentementes ameaçados de morte.