Assentado vendo a noite passar
Ví no firmamento largos pés
De nuvens carregando chuva, carregando chuva...
Depois, bem depois caiam sobre as casas, alagando toda a rua, alagando toda a rua, que morria num silêncio, enquanto o chão molhava, molhava...
Que chamava a saudade, e como sempre comovia.
Sob os meus olhos o meu peito prendia, a garganta irritada ficava seca, enquanto uma criança, igual ao meu filho reluzia no meio de tantas outras, de tantas outras vidas, que viviam.
Embaraçado eu não sabia o que fazer, eu não sabia o que fazer...
Mas pude esconder o que sentia quando a luz incandescente do poste que estava acesa, apagou-se.
Por um segundo lembrei de meu filho, que hoje dorme no vale e ontem pela tarde sorria
E brincava de alegria.
Aí que saudade meu filho!
Aí que saudade de você!
Não consigo esquecer, ainda que não tenha dito, que eu amo muito você!
Obs: Referente a morte de meu amigo,Júnior, pensada por seu pai. O Sr. Antônio Guedes. |