Usina de Letras
Usina de Letras
191 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62152 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10448)

Cronicas (22529)

Discursos (3238)

Ensaios - (10339)

Erótico (13567)

Frases (50554)

Humor (20023)

Infantil (5418)

Infanto Juvenil (4750)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140785)

Redação (3301)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1958)

Textos Religiosos/Sermões (6176)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Artigos-->ENSINAR OS JOVENS A RACIOCINAR -- 22/05/2007 - 23:07 (João Ferreira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos




ENSINAR OS JOVENS A RACIOCINAR – UMA QUESTÃO ATUAL E URGENTE



João Ferreira

22 de maio de 2007



Achei interessante que a TV Globonews, na edição de ontem, dia 21 de maio de 2007, tivesse apresentado no programa das 19h30 dois interessantes exemplos de duas escolas de Porto Alegre que estão criando estímulos que visam ensinar os alunos a raciocinar. Isso mesmo. Criar condições e práticas de leituras, debates e pedagogias que os levem a aprender a organizar o pensamento e a formular juízos críticos. Nessa reportagem, aliás bem interessante, os responsáveis por essa iniciativa pedagógica colocavam isso num plano geral de “busca de novas maneiras de ensinar” os jovens. Aproveitaram também para assinalar que esta é uma forma de orientar a mente dos alunos para novas formas de criação evitando a simples tendência a decorar textos sem os questionar! Os professores que atuam nessas escolas acham que a sala de aula deve abrir todos os espaços para que o aluno possa pesquisar aquilo de que gosta, quer sejam textos, quer sejam leituras, análises, ou treinamentos. Importante é que, na evolução do processo, possam treinar-se no pensar, na busca da formulação de uma opinião sobretudo no que diz respeito ao que é colocado em sala de aula. Numa turminha de ensino fundamental, também em Porto Alegre, os responsáveis de ensino dizem que ali, as aulas são colocadas de forma acessível, muitas vezes através de brincadeiras bem construídas, que explorando o imprevisto. Elaboram-se projetos destinados a levar a pensar através de brincadeiras, como acontece com o puzzle ou quebra-cabeças.

Num Brasil imenso, com tanta variedade de fundações educacionais e pedagogias colegiais deverá haver certamente muitas iniciativas do gênero. Deverão existir muitas coisas boas e até ótimas que tentam elevar o nível pensante e raciocinante dos alunos. Só que temos carência do conhecimento de quem faz bem, de quem está avançado em pedagogias renovadoras. Mas a grande questão é que isso deveria ser o normal nas nossas escolas. Nisso a escola, os projetos escolares e todas as equipes de ensino têm sérias responsabilidades quando concorrem para atrasar o processo de desenvolvimento de milhões de jovens brasileiros em vez de o desenvolver. Acontece que estes jovens nem sempre conseguem o que pretendem e sentem na própria carne a falência do desenvolvimento de suas mentes para a vida e para o emprego. Por essa razão, os exemplos de Porto Alegre viram um caso importante. Alertam para uma meta prioritária, que é a de levar o jovem a desenvolver juízos críticos, e pensar!

É mais do que sabido que a pedagogia moderna deixa nossos jovens estudantes bem frágeis em sua formação e em sua estruturação mental. Há falta de projetos ambiciosos, é frágil a metodologia de ensino e é pouca seriedade com que se encaram disciplinas como matemática, latim, filosofia e metodologia científica. É preciso entender um pouco a partir de dentro para sabermos que a filosofia estrutura as mentes. Que obriga a pensar. E a questionar. Que é exigente. Por outro lado, a matemática desenvolve também. E o latim? Bom. Nos Estados Unidos, o latim voltou a ser ensinado juntamente com a filosofia. Os alunos que estudam e triunfam na aprendizagem do latim, dizem os pedagogos norte-americanos, ficam com o cérebro mais disciplinado e mais exigente.Nas famílias, nas escolas e nas reuniões sociais, certos pais de gerações mais antigas queixam-se de que a alfabetização em nossas escolas de ensino fundamental, médio e superior não prepara mais o aluno a ter uma postura crítica bem fundamentada diante dos fatos e dos acontecimentos sociais, políticos, econômicos, jurídicos e financeiros.

Todos sabem que nas redações dos vestibulares e nos cursinhos de preparação para vestibulares, os professores exigem coesão e coerência no texto. Na dissertação ensina-se a maneira de concatenar raciocínios e argumentações. São sinais de exigência de poder crítico. Mas nosso aluno massificado passa ao longe e a escola também massificada não tem instrumentos para sair de sua rotina ignorante.

Praticamente deveria ser normal que a escola diante de uma criança ou de um jovem apontasse sempre a coerência e o treino crítico como base da formação de um ser humano desenvolvido. Para isso deveriam ser aproveitados os debates a fim de chamar a atenção dos alunos para a essencialidade deste trabalho Diante da civilização digital, não devemos ceder ao equívoco de que a digitalização solta forma alguém. Continuamos sabendo que o maior valor de hoje é o conhecimento. Ora o conhecimento não pode reduzir-se à captação desarticulada de dados. O conhecimento essencialmente é a busca e a posse de dados organizados que passam a ter na mente do sujeito uma função científica, pessoal e social. A escola tem de prestar esta colaboração. Para desenvolver um país teremos de desenvolver a inteligência desse país.



João Ferreira

22 de maio de 2007

Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Perfil do AutorSeguidores: 73Exibido 1399 vezesFale com o autor