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Artigos-->A Nau dos Insensatos -- 17/05/2007 - 17:26 (AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA/Alcir J.T. de Souza) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A Nau dos Insensatos!





Recentemente, precisamente no dia 13 de Abril de 2007 recebi uma comunicação por parte das pessoas encarregadas de preparar o embarque meu e de meus companheiros de faina para o navio no qual iríamos cumprir nossas quinzenas contratuais de trabalho para a Subsea7, estas pessoas, são as mesmas que em minha opinião, baseada na forma desleixada e incompetente como somos tratados, necessitam ser informadas que “Logística” não é a função de quem vai frequentemente as compras em lojas de shopping centers, ignorância esta que possivelmente justifique a inacessibilidade delas por nós sempre que as procuramos.

O navio em questão terminou sendo o “Sea Lion Amazônia”, já o conhecia por ocasião de estar trabalhando no SEISRANGER e ter-mos necessitado de apoio por parte do Sea Lion, para que retornasse-mos ao porto e devido ao referido barco , ter tido problemas com as maquinas o que o obrigou a navegar a 3,5 nós, alagamento por óleo diesel que atingiu até ao quinto pavimento internamente, o que mais uma vez atrasou o trabalho e devido a estes e outros problemas que criam nesta embarcação de apenas 1 ano e meio e que se comporta como se já fosse muito antiga, fiquei bastante cético e apreensivo quanto a aquela quinzena que se iniciava.

Ao chegar a bordo no dia seguinte ao do embarque devido à instabilidade do navio para o recebimento de aeronaves o que levou-nos a retornar ao aeroporto de Macaé, deparei-me com o primeiro problema estrutural da embarcação: as escadas internas de acesso ao heliponto e a ponte de comando, são por si só um atentado ao bom censo e a segurança a bordo, pois em caso de mau tempo, qualquer tentativa de descê-las ou subi-las tem uma grande probabilidade de terminar em acidente grave; ao dirigir-me ao meu camarote
415, que devo lembrar-lhes deve ser dividido com mais uma pessoa (em verdade são 2) durante toda a estadia a bordo de então 13 dias deparei-me com um espaço tão exíguo quanto desconfortável em nada plausível para a referida estadia,devendo lembrar, que sou funcionário da empresa cliente e não de uma contratada terceirizada e não poderia ser exposto a uma situação de desconforto e total ausência de ergonomia, não existe a bordo diversão outra que não o canal pornográfico e suas obvias conseqüências, pois nada de livros, jogos ou DVD‘s para entretenimento geral, absolutamente nada . A academia se bem que razoavelmente equipada é exígua e muito apertada não permitindo mais de duas pessoas em sua utilização conjunta.

E assim foi, com a cada descoberta uma nova frustração se apresentava:

_ por medida de “economia”(novo nome) foram proibidas as garrafas descartáveis de água mineral de 1,5 litros, foi proibido (para alguns não) o uso de palitos de dentes, falta constante de alimentos, desperdiçou-se uma reunião de “segurança” para discutir a forma mais adequada de consumo de refrigerantes pela tripulação, falta constante e persistente de comida, vários produtos apareciam em apenas dois dias após o recebimento do rancho e ai desapareciam; a incompetente, negligente e obtusa navegação de 3 horas ida e volta para receber de uma embarcação de apoio as plataformas da área 14 garrafas de 20l. de água, que devido a uma operação aparentemente realizada pelos três patetas, quebraram-se 7 e continuamos sem um estoque aceitável de água para a permanência de 51 homens a bordo de uma embarcação em mar aberto, a forma irresponsável como foi tratada a troca de turma realizada em 21/04/07 que era por si só uma tarefa complicada de ser realize em uma embarcação como a referida nesta, sem necessitar da negligencia por parte da tripulação BOS que resultou em meu “Relatório Sobre o Recebimento de Aeronaves” que ocasionou um HOC card. e consequentemente(por minha insistência) na Sinergia
24092406 e que após a tentativa de remoção da mesma do sistema abri outro HOC Card sinergia
24092407 por tentativa de supressão de documentos.

Se tudo isto não fosse suficiente ainda tivemos um near miss ( em minha opinião foi um acidente real e que inclusive lesionou o referido Supervisor)quando o Deck Foreman e um Rigger quase foram lançados para fora da embarcação por uma onda, devido à insensibilidade incompetente e obtusamente perigosa da gerência do projeto que manteve-nos a deriva por 12horas em meio a uma tempestade com ondas de 10 a 12 metros até que a decisão de vir para o porto da Subsea7 em Niterói foi finalmente tomada; em meio à viagem na altura do Farol da Ilha de Cabo Frio por volta das 2hs da manhã ficamos reduzidos pelo restante da navegação a uma maquina a velocidade ja conhecida por todos a bordo dos 3,5 nós; ao chegar ao porto, dispúnhamos em caso de qualquer problema de exatamente 15 litros de água a serem divididos em uma emergência por 51 pessoas ou naufragos, e para coroar com chave de ouro esta tragicomédia de equívocos, ao atracar em Niterói, devido à presença de pessoas ou pessoa de importância subjetiva, mais trapalhadas ate mesmo no simples ato de colocar uma rampa de acesso ou porta-ló na tentativa pífia de demonstrar competência mais uma vez a burrice vassala veio à tona, quando mais um acidente devido à ausência de bom censo foi por mim evitado ao questionar o angulo no qual a referida rampa estava para ser colocada. Agora, em conhecendo as condições do navio e das incompetências que ocorrem a bordo, não me surpreenderia e não me surpreendera, caso venha, a saber, de qualquer acidente grave a bordo da referida embarcação.

Todos os com quem conversei a bordo, pois devido ao tempo de trabalho na unidade, me contaram histórias inaceitáveis e intoleráveis de acontecerem em uma embarcação de apoio a prospecção e distribuição de petróleo na Bacia de Campos; não posso descrevê-las, pois apenas as ouvi, não as vivenciei e acredito que isto deva ser atitude a ser tomada por aqueles em questão que as vivenciaram e sofreram suas conseqüências. Quanto a mim, nesta segunda ocasião venho fazer saber que não pretendo aceitar ser enviado novamente a trabalhar naquela “Nau dos Insensatos”, onde uma fatalidade de monta encontra-se a espreitar e certamente acontecerá a qualquer momento.

Sem Mais

Alcir JT. De Souza

Radio Op. GMDSS/HLO



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