O deputado Luiz Sérgio (RJ) líder do PT na Câmara, protocolou pedido de abertura de sindicância para apuração de provável agressão verbal que o deputado Clodovil Hernandes (PTC-SP) teria cometido contra a deputada Cida Diogo (PT-RJ).
No transcorrer da sessão, no plenário da Câmara, da última quarta-feira, Clodovil chamou a deputada de "feia", provocando o choro da parlamentar; os fatos culminaram com a suspensão temporária da sessão.
Na representação, Luiz Sérgio afirma que Clodovil tem sido "extremamente preconceituoso, sexista e homofóbico, no exercício do mandato parlamentar"; que desrespeitou a Constituição, o Código de Ética e o regimento interno.
Essa foi a quarta queixa contra o parlamentar, encaminhada à presidência da Câmara. A própria deputada protocolou uma representação com cem assinaturas de legisladores contra Clodovil por ele ter declarado que "as mulheres ficaram muito ordinárias e que, hoje em dia, trabalham deitadas e descansam em pé".
Para Luis Sérgio, a Câmara precisa impedir que Hernandes agrida as pessoas. "Quando foi eleito, ele (Clodovil) disse que nem sabia o que vinha fazer aqui. Ele continua não sabendo o que fazer enquanto parlamentar alucinado por buscar a mídia", disse o líder.
O corregedor, deputado Inocêncio Oliveira (PR-PE), vai elaborar um parecer que será, posteriormente, avaliado na reunião da Mesa. Nesse caso, segundo a assessoria jurídica da Casa, a eventual punição poderá ser censura verbal ou escrita.
Nos dois primeiros casos de processos contra Clodovil, a corregedoria da Câmara propôs o arquivamento com a justificativa de que os fatos ocorreram quando ele ainda não tinha sido diplomado deputado. No primeiro processo, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) pediu que a Câmara analisasse se houve quebra de decoro do deputado. Clodovil havia declarado em entrevista que poderia considerar a hipótese de apoiar um projeto desde que recebesse um pagamento que não fosse pequeno. O processo foi arquivado pela Mesa ainda na presidência de Aldo Rebelo (PCdoB-SP).
No segundo processo Inocêncio propôs o arquivamento, mas, temendo repercussão negativa, a decisão foi adiada pela Mesa presidida por Arlindo Chinaglia (PT-SP). Nesse caso, a representação foi encaminhada pela Federação Israelita do Rio de Janeiro. Em entrevista, Clodovil teria supostamente ofendido os judeus ao comentar o Holocausto.
A assessora de imprensa de Clodovil, Bertha Pellegrino, informou que o deputado Clodovil considera o episódio como "caso encerrado", uma vez que já se retratou na tribuna da Câmara e convidou Cida Diogo para participar de seu programa na TV, o "Por Excelência".