Agora eu vou relatar
A aposta de Mané Putêncio
Com Elmo dono do bar
Que pediu todo silêncio
Pra poder escutar
A história de putêncio
Mané sentou numa cadeira
Tomou uma, duas e trêis
E começou a falar besteira:
Aqui jamais apostei
Mais boto cinqüenta na fogueira
Pra apostar com vocêis
Tô Bêbo, num nego não
Mais sou capaz de mijar
Nesse copo aqui no chão
Sem sequer um pingo errar
E quem duvidar do bebão
Bote cinqüenta pra apostar
Elmo doido pra ganhar cinqüenta
Enfiou a mão na gaveta
Coçou a ponta da venta
E pensou assim de veneta:
Vou ganhar esses cinqüenta
E acabar com esse chereta
Ai o dinheiro casaram
Mané abriu a barguia
O copo no chão botaram
Todo mundo olhava e ria
Alguns não acreditavam
No que ali acontecia
Ele começou a mijadeira
Fez xixi em todo bar
Parecia inté brincadeira
No copo num conseguia acertar
Mijou os pés das cadeira
Dos freguês daquele lugar
A mijada durou minuto inteiro
Parecia inté um riacho
Que meu primo e companheiro
Fazia descer de bar abaixo
E Elmo já com a mão no dinheiro
Dando risada sem escolaxo
Falou então pra Mané:
Um dinheiro fácil desse jeito
Pode me trazer quando quiser
Que eu aposto e respeito
Mas de ganhar tenho fé
Porque tu tá bêbo sujeito
Mané abriu uma risada
O dono do bar estranhou:
Por que tanta gargalhada
Se o copo não acertou
Perdeu cinqüenta na parada
E liso ainda ficou
Mané começou a falar:
Pra você perdi cinqüenta reais
Mas liso não vou ficar
Pois com os dez freguês ali de trás
Daquela mesa acular
Onde tá aquele rapaz
Eu apostei com cada um
A quantia de cem reais
Que mijava no seu bar
E além de num reclamar
Você ía rir demais.
Autor: Rossini Macedo / Tonho dos Couros
rossini@tonhodoscouros.com.br