POLUIÇÃO
O peixe está morto, a água poluída,
Os rios estão secando.
Poluição do ambiente e dos espíritos,
Não suporto mais tanta sujeira.
Vou embora para um lugar bem distante,
Onde o homem ainda não tenha colocado os pés.
Vou morar numa cabana à beira-mar,
Em contato direto com a natureza.
Vou esquecer os Reagans e os Andropovs da vida.
Estamos caminhando aceleradamente
Para o extermínio do homem no planeta.
Não há nada que possamos fazer.
Não adianta lamentar o que podíamos ter sido
E não fomos.
Tanta terra que poderia ter sido aproveitada.
A fartura que poderíamos ter desfrutado.
A omissão, a mesquinhez, a covardia,
Não quero preocupar-me com nada,
Pagamos pelos nossos próprios erros.
Recife, 07 de setembro de 1983.
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