Benditos lixões dos centros urbanos,
Que salvam a vida dos que nada têm.
O critério para o que é desumano,
Numa terra que não é de ninguém.
Resquícios de vida a vegetar
São exemplos que pesam ao final.
O que de bom pode restar,
Se prevalece tudo que é mal?
Bendito viaduto úmido e mofado,
Que abriga ratos e seres “humanos”.
O critério que era usado no passado,
Hoje maltrata e iguala todos a “fulanos”.
O nojo não existe mais, não existe.
Existe a miséria que embaça a vista.
Não existe o que é alegre. E sim o triste.
Não existe mais ser que resista.
A fraqueza não é medo, é fome.
A pobreza não é opção, é o que resta.
A miséria não é somente um nome.
É a realidade que existe, e não se contesta.
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