Assustas-me!
Assustas-me quando dizes que me amas
e sinto teu peito
encher-se da minha ânsia,
quando vejo em teus olhos
a luz que nos aponta o caminho,
Assusta-me o transbordar de carinhos,
essa presença tão constante,
que eu já nem sou mais eu sem ti.
Assusta-me a beleza do teu corpo
e a maciez da tua pele,
o frescor de teu hálito
e a fome da tua língua.
Assusta-me a alegria, a euforia
com que meu coração grita teu nome.
Assusta-me saberes tanto de mim
e eu tanto de ti.
Assusta-me, por fim,
mais que todo o amor,
é esse teu medo de ser meu
e essa busca incessante da dor.
Lílian Maial
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