quando tu me beijas
toda a ternura do mundo
me aquece
como se esse calor
inteiro no meu corpo,
doce na minha alma,
tornasse tudo
num colorido alegre.
- brisa suave, morna.
tu não sabes o que fazes comigo.
não sabes o que eu faria por tua doçura.
não te digo
para manter as coisas
no seu lugar.
se me pões no colo,
é o colo do mundo
que me abraça.
se me tomas,
é a alegria da terra,
sua fertilidade úmida,
que me invade e ameaça
docemente com o prazer mais longo.
- dura o tempo do abraço.
meu prazer contigo
é feito uma maré cheia em lua alta.
- sempre inteiro, manso.
teu suspiro é a música terna
e meu passeio em ti
é sonho acordado.
são peles que se reconhecem, as nossas.
e, reconhecendo-se,
fazem a festa da vida.
nosso encontro foi dessas coisas
que precisam acontecer.
- inesperadamente belas, escritas no destino.
quando tua voz me fala de saudades,
vem aquela música que acalenta.
quando tua boca constrói um beijo nosso,
aquele suspiro, fremir suave e doce.
falaria de ti em mil versos.
versos que te escondo, às vezes,
para que não te assustes.
é tudo tão doce, mansidão que preciso
nessa minha vida louca,
onde ando sempre lança em riste.
também és guerreiro
e como eu, amas a vida.
- meu amor por ti vem de mim mesma.
vem da tua fala, que me faz eco na alma,
da tua gentileza imutável,
mesmo nos meus instantes mais rudes.
és um sopro de carinho no meu mundo,
a voz que me acalma, o beijo que me enternece
e que me acorda de saudade
na madrugada.
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