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Artigos-->As Aparências Enganam -- 08/11/2001 - 12:41 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
As aparências enganam



Tudo começou nos idos de 1950. Reunidos com alguns amigos, em um pequeno bar, fui apresentado a quem viria a ser meu companheiro de longos anos. Na ocasião, confesso, fiquei um pouco nervoso. Talvez curioso e confuso. Não sei explicar bem. O fato é que descobri, pouco tempo depois, tratar-se de amor à primeira vista.



E assim, quase que de imediato, assumimos o compromisso. Inicialmente, com algumas reservas. Nos primeiros dias pensei em desistir. Mas já era tarde. Aos poucos, a convivência e a insistência falaram mais alto. E continuamos juntos.



Houve, é verdade, logo de início, grande preconceito por parte de minha família. Meus pais não escondiam seu repúdio àquela união. Diziam não haver qualquer lógica ou bom senso de minha parte. A própria sociedade, de modo geral, já naquela época, ainda que timidamente, não via aquela união com bons olhos.



Alheio à tudo aquilo, o fato é que aquela amizade duraria mais de quarenta anos. Muito tempo. Não havia um só dia em que não estivesse com ele. Nem hora em que nele não pensasse. Desde as primeiras horas do dia, após o café, passando pelo almoço e até à hora de dormir. Na verdade, era quase o dia inteiro ao seu lado ou pensando nele. Nas horas de divertimento, falando ao telefone, durante o trabalho ou em qualquer outro lugar. Foram anos de grandes alegrias e bons entretenimentos.



Às vezes ele me ofendia. Muita gente falava, inclusive, que eu estava enganado em relação àquela amizade. Falavam muito mal dele. Eu também cheguei a falar mal. Por vezes, acreditava nas pessoas e até desconfiava dele. Mas logo esquecia tudo. O amor falava mais alto. A conclusão a que chegava era a de que, naquela relação, eu era o elo mais fraco. M ais apaixonado.



O amor era tanto que, certa madrugada, ao acordar tarde da noite, e ao procurá-lo em meu quarto, e por toda a casa, não o encontrei. Entrei em pânico. Nem sinal dele. Onde encontrá-lo, àquela hora? Chovia muito e fazia muito frio. Mesmo assim, não pensei duas vezes. Saí à sua procura feito um doido.



Só pude sossegar quando o encontrei num bar, próximo de casa. Levei-o comigo, sem no entanto esboçar qualquer sentimento de raiva. Ao contrário, era todo contentamento por estar novamente ao seu lado. Um amor doentio, acredito.



Um dia, acometido por uma doença, relativamente grave, tive que ficar internado, vários dias, no hospital. Durante aquele período, e depois da realização de vários exames, os médicos chegaram a um diagnóstico: Para que eu continuasse vivo, seria necessário, com urgência, mudar, de forma radical, todos os meus hábitos. E proibiram, ou melhor, sugeriram, que evitasse novos relacionamentos como aquele. Entendi o recado. E foi assim, não sem muito sofrimento, que tomei a decisão mais acertada de minha vida: Abandonei o hábito de fumar.



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