novamente
é a noite que me busca,
doce,
para envolver-me
no frescor
dessa alma inquieta.
choveu.
ah, minha paixão pelo amor me devora.
nada passa em branco.
agarro tua dor
para encher meu dia.
as farpas da tua loucura
perpassam-me a alma
meu sentimento de amor pelo mundo
não pode alcançar-te.
pulas o abismo para encontrar a dor.
ah, quanto me doem tuas armadilhas de sofrer.
essa dor volta e te acerta em cheio:
a mágoa do velho menino
que não sabe o que fazer.
sempre que abro os braços para te acolher,
meu amor te dói
e tu, que buscas minha alma para não sofrer,
tiras a adaga da tua própria dor
para apunhalar o meu amor,
que se aquieta e refresca,
para reconstruir
a ternura de ser quem sou.
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