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Teses_Monologos-->Nóia! -- 24/03/2002 - 04:48 (Guilherme Laurito Summa) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Deixe-lhe contar como foi que começou tudo, cara.
Eu comecei a sentir essa sensação com onze anos de idade quando meu irmão mais novo, com sete anos de idade, estava brincando na piscina com seu trenzinho. Me lembro muito bem disso porque nunca havia antes olhado para um garoto como daquela maneira: observei cada detalhe de seu corpinho! Caramba! Um menino tão pequeno, com uma pele tão clara e, ao mesmo tempo, lábios vermelhos, tão lisinhos e brilhantes! Não sei o que deu em mim! Foi instintivo, cara! Meu! Fui direto pro banheiro socar uma!!! Bati uma punha forte depois de ver meu irmãozinho de sete anos brincando na piscina!!! Porra!!!
Até aí tudo bem... acho... já que mesmo depois de algum tempo pensei que fosse normal ter certos desejos sexuais com membros da família. Um dia peguei meus pais adotivos transando na cozinha e fiquei superexcitado com isso, daí fiquei debaixo da mesa, me acariciando com uma faca, enquanto ela passava maionese no pau dele e fingia que era um cachorro-quente. Achei que fosse normal também, mas nem era. Eu tinha também uns dez ou onze anos quando isso aconteceu e tava no meu terceiro lar porque nunca dava certo em lugar nenhum. Naquela noite eu tava doido por sexo, tanto que devo ter batido punheta umas quinze vezes, e fui até o quarto deles, depois do sexo que vi na cozinha, pra ver se via outra coisa de novo. Puta, cara, peguei a mulher chupando ele de pé! Que coisa mais deprimente! Deprimente agora, mas eu muito excitado e bati outra ali mesmo, de pé, atrás da porta, pensando no meu irmãozinho me fazendo aquilo. Putz! Fui tão rápido pro quarto dele que quase tropecei num de seus brinquedos! Você não conhece a verdadeira excitação, cara, não conhece mesmo! Eu sentei na cama, do lado da cabeça dele, e tirei o pau pra fora, cara. Eu acordei o menino e disse que tinha um pirulito de framboesa, do melhor! Puta, cara... o moleque me chupou tão bem! Acho que a inocência de achar que estava realmente metendo a boca num pirulito o deixou com mais desejo e ele fez muito bem, muito gostoso. Nossa... me excitei rapidinho e já com aquela idade eu gozei tudo na cara do pirralho. Foi engraçado porque ele perguntou o que era a "água" e eu disse: "É pra matar a sede de chupar algo doce!".
Depois desse dia foi só festa: tentei comer ele uma vez mas não entrou e ele começou a berrar que nem um bebê, além disso, meus pais adotivos começaram a ficar desconfiados. Eles não sabiam o que acontecia, eu não falava nada, não dava explicações, e eles acabavam usando minha mão como cinzero. E se eu não cooperasse... papai tinha o jeito dele.
No final dessa época, quando eu já tava bem mais velho, e bem mais experiente na arte do sexo com homens e mulheres, meu irmão tava lá em outro lar adotivo longe de mim. O mais incrível de tudo, mesmo depois de ter fodido com toda a sua vida... e algo mais, ele me mandava sempre cartas para o meu lar adotivo! Tenho certeza que ele nunca soube das minhas jornadas em seu quarto. Quando estava quase cortando meus pulsos percebi que os culpados de tudo eram sempre os pais adotivos e esfaqueei aqueles desgraçados! Retalhei e brinquei com os pedacinhos de cada corpo, tentei encaixar um pedaço do corpo no outro mas não consegui; então joguei toda aquela carne pela janela e fugi com meu irmão. E caímos num lar adotivo de novo e fomos adotados de novo.
Entende? Saca o ciclo? Você não pode fugir da sua linhagem! Você não pode fugir do que está na sua veia, no seu sangue, na sua criação! O ser humano é idiota! É uma barata andando em cima do bambolê durante toda vida! Não aprende nada de novo! Só vive no seu tempo, no passado, baseando-se no passado! Por isso alguns têm vontade de morrer: porque é tudo a mesma coisa sempre! Coisa boa ou ruim, é tudo igual! A vida toda! Você nasce assim, será assim! Essa é a lei! Você é um mero escravo do seu cérebro!
Eu comecei a viajar nessas idéias com as espetadas que meus amigos ofereciam. Uma aqui, outra amanhã, mais uma no mesmo dia, outra ao mesmo tempo, dois braços furados, mão, pé, testa... só nas picadinhas. Só no surf. Só na maré. Só! Sempre fui louco, mas agora parece que essa insanidade tá indo pro espaço. Ou eu tô muito louco agora! Loucura se cura com loucura, cara. Tem que se libertar. Loucura faz você voar com o vento. A loucura faz você entrar numa música e percorrer o som a milhares de quilômetros por hora; faz você ver um oceano num copo d água. A loucura faz você observar. Cara, a loucura é a passagem direta da visão para o pensamento. Abre qualquer porta, derruba gigantes, te muta. Viaje na passarela, cara. Abra-se, e veja, e faça, e consiga o que quiser com ela.
Veja aquela formiga mancando. Que inútil! Um bicho que nasceu pra servir ao formigueiro e aos humanos. As formigas são doidas! Quando o ser humano está mentalmente doido as formigas fazem questão de servi-lo! Elas devorariam um gafanhoto que você só notaria quando estivesse numa paranóia absurda, vendo monstros verdes de seis patas por aí! E sua imperfeição humana abriria portas para mais monstros: garras afiadas, caras deformadas, corpos putrefeitos. Já viu-se rodeado por uma alcatéia? Já fez sexo achando que era sua mãe? Já morreu vivo? Insetos são nossos escravos! São seres inconscientes pois não têm idéia de que são meros servos de vida ligeira. Tenho que comer essa formiga! Ela tem que fazer sexo! A Divina Loucura é colocar uma formiga dentro da sua cueca, em contato com seu pau, e sentir as cócegas achando que é uma puta de primeira categoria te apalpando.
Estou sentindo minhas pernas agora. As minhas pernas tão bem aqui, tremendo... totalmente silenciosas... hostis... esculachadas... putrefeitas... alertas... sei lá o que estão sentindo; meu cérebro não me sente. Saca? Está alucinante por aqui. Estou dando vários passos nesta posição, parado, anestesiado, vendo que o que tudo que acontece à minha volta é veloz demais pros meus miolos; miolinho humano.
Ah! Essa mancha na minha perna ainda vai me engolir. O dragão é chinês, mas vai engordar, vai se revelar, talvez, vai abrir sua boca e me devorar com tinturas de picadas indolores; pêlo a pêlo vai chegar à minha boca e aí vai me engolir por dentro! Mas só a garrinha dele mexe, parece o mal! Imagine isso: o mau com mal! A nóia de vê-lo me observar me deixa muito puto! Eu o fiz e o feitiço contra o feiticeiro! Tá até parecendo moral de conto da carochinha: "Não brinque com tal coisa ou sofrerá as conseqüências!", ou "Não peque ou Deus lhe julgará!". No meu mundo Deus tem cara de dragão! Ele me observa infiltrado nesse corpúsculo esguio, por filetes de pupilas amarelas e escama lisa. Horrível! Deus é o Diabo! Dois em um! Deus em um! "Dous" em um! Dez em um! Dez vezes dez em um! Todos em um! Saca, cara?
Você entra numa viagem que dá acesso a outra, daí entra noutra viagem a qual teve acesso desde a primeira, e vai entrando na outra, da segunda, e mais outra, da segunda na terceira para quarta, quinta, parte da primeira, vai pra uma sexta, até chegar uma conclusão que provavelmente não vai te valer pra porra nenhuma! É como olhar para um armarinho como aqueles de banheiro que têm espelho: você se vê várias vezes, tentando buscar um defeito físico e quando o acha faz de tudo para liquidá-lo, ou resolvê-lo, mas quando você fizer isso e olhar novamente para o espelho verá que existe outro defeito, que não tinha visto antes, e tentará eliminá-lo, e aí... e aí... e aí num vai acabar. E você morre deixado um legado de "e aí" patéticos!
Filho-da-puta! Não veja isso! Pára! Você vai cair daí, filho-da-puta! Você não deve morrer! Pára com isso! Plana, plana!
Tá muito bom isso... mas tá muito mal! Essa sensação tá aumentando muito! Preciso já espancar alguém! Preciso socar o chão de argila pra cair no precipício de vez! Ver a cara enrugada da velha atolada no chão, cheia de sangue e dentes quebrados em volta me fez viver! Sodomia... todas as coisas ruins da vida. São essas as coisas que tornam a vida diferente, melhor... bizarra... foda. Tem que fazer de tudo um pouco, tem que fazer menos do melhor e mais do pior. Se tem bastante, usa pouco. Se tem pouco, usa muito muito muito até se sufocar de tanto pouco que se tinha. Eu quero você por isso, cara! Você é uma personalidade virgem, quero conhecê-la por dentro! Me meter em você! Estou saindo dessa pra uma melhor, ou pior, mas tenho certeza que é pior pois não será a mesma loucura como sempre foi. Passado é comer irmão mais novo! Já foi o tempo que eu estuprava, matava e brincava com pedaços de carne humana, animal, homossexual. Quero matar a minha morte, cara! Já! Não quero te foder!
E agora? Eu opto por entrar. Eu opto por cair. Eu opto por ficar. São tão poucas as opções que meus olhos vêem em apenas um dedo! Parece que tenho três cérebros, um mais dogmático que o outro: "Enfrente! Tem respostas onde mais?", "Aceita com naturalidade a desintegração! Umedeça-se melhor!", "Aqui tem liberdade onde vive essa revolta!". As pregações estão me deixando confuso! Eu tenho que agir antes da loucura, mas estou muito cansado para fazer isso desse jeito! Preciso sentar um pouco! Preciso sentar já! Ops! Ahhhhhhhhhhhh...

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