O nada absoluto
Autor: Daniel Fiuza
17/07/2001
Sem terra para pisar,
Nem ar para dividir,
Sem plano para sonhar,
Nem sonho para sorrir.
Nenhuma emoção para comemorar.
Sem forças para lutar,
Nem água para beber,
Sem a fé para rezar,
Nem lágrimas para verter.
Nenhuma sensação para sentir.
Sem vontade de correr,
Nem saudade para sentir,
Sem bondade para oferecer,
Nem verdade para seguir
Nenhuma realidade para acreditar.
Sem voz para gritar,
Nem rumo para partir,
Sem paz para lamentar,
Nem ouro para destruir.
Nenhuma multidão para me esperar.
Sem amor para doar,
Nem sono para dormir,
Sem riso para agradar,
Nem roupa para vestir.
Nenhuma revolução para lutar.
Sem filhos para criar,
Nem irmão para recorrer,
Sem inimigo para matar,
Nem vida para morrer.
Nenhum sonho para realizar.
|
