CAMINHO PARA O NADA
Nunca mais eu disse que a amava.
Nunca mais eu senti o calor do seu corpo,
E, no entanto, cada dia eu gosto mais dela.
É preciso que eu diga que a amo.
Mas, quando estou perto dela, emudeço,
Falta-me coragem para dizer tudo o que sinto.
Como eu gostaria de poder falar.
Como eu gostaria de dormir abraçado com ela,
Sentindo o perfume do seu hálito.
Mas, tudo nos separa.;
A vida, o trabalho, a escola
E tantas preocupações banais e passageiras.
Mas, que adianta eu me preocupar com tudo isto,
Se o nosso destino é a eternidade
E eu já comecei a minha caminhada para o nada?
Recife, 15 de maio de 1979
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