NUNCA MAIS!
Nunca mais eu voltei a te ver.
Nunca mais eu voltei a beijar
Os teus lábios como antigamente.
Nunca mais meus olhos penetraram nos teus.
Nunca mais minhas mãos acariciaram teus cabelos.
Nunca mais meus braços abraçaram
Teu corpo palpitando de desejo.
Nunca mais!
Nunca mais eu voltarei a te ver.
Nunca mais eu voltarei a beijar
Os teus lábios como antigamente.
Nunca mais meus olhos penetrarão nos teus.
Nunca mais minhas mãos acariciarão teus cabelos.
Nunca mais meus braços abraçarão
Teu corpo palpitando de desejo.
Nunca mais!
Nunca mais a reclamação infundada.
Nunca mais a queixa injusta.
Nunca mais a palavra dura,
Ferindo sem necessidade e sem motivo.
Nunca mais os olhos cheios de lágrimas
Da dor reprimida.
Nunca mais!
Nunca mais o olhar suplicante,
Implorando um sorriso, um gesto de consideração.
Nunca mais a presença vazia
De um corpo sem espírito.
Nunca mais a revolta de ter tudo e não ter nada.
Nunca mais o cansaço
De uma luta inglória e desigual.
Não voltarei para repetir os mesmos erros.
Nunca mais!
Nunca mais a solidão a dois,
Corrompendo, corroendo, sufocando,
Esmagando, submetendo, mutilando,
Sem coragem para fugir.
Nunca mais!
Nunca mais o amor
Se transformando em indiferença,
A indiferença em ódio,
Nunca mais!
São paulo, 04 de agosto de 1978.
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