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Poesias-->NAS CATARATAS RAINHA VITÓRIA -- 09/07/2002 - 21:57 (João Ferreira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


NAS CATARATAS RAINHA VITÓRIA



Jan Muá

9 de julho de 2002





Há uma exaltação de fim de mundo no barulho e nas gotas peneiradas pelo vento, em milhões de fios e de gotículas,

Há tensão e concentração, paisagem selvagem, floresta, ambiente de filme, e céu limpo.

Há cataratas densas, ouriçadas, mobilizadas e adestradas. Cataratas que alarmam como pesadas trombetas de Josaphat

E águas que voam pelos ares como arcanjos acrobáticos sem peso no corpo causando maravilhoso espetáculo

Há criaturas abismadas envoltas e preparadas para viverem a aventura do milênio

Há você e eu, frente a frente

E todos os frenéticos e renovados movimentos do teu corpo e da tua mente e todos os meus segredos concentrados em ti

Há a rota dos murmúrios filtrados de nossas bocas se enrolando nos ares irisados caminhando para meus ouvidos envolvidos em delírios decolados das tempestades e dos ventos do sol

Há a pequenez do nosso gesto encoberto pelo manto protetor da selva

Há as estruturas de nossas mentes caminhando pelas espessuras da derme em agitados tecidos circulantes pelos corredores da corpórea massa

Há a sensibilidade de tua pele onde todas as ousadias da fêmea enluarada se sentem planetárias nas raízes da história dos ímpetos ancestrais

Há a minha imersão nos túneis escuros do tempo, frente à tua feminilidade exaltada nas vizinhanças pelas matas selváticas onde passeiam eróticos os gorilas de Uganda nas cataratas de Rainha Vitória

Há as miríades de brilhantes milhões de fiapos aquáticos circundando nossos corpos,

No transcurso vivo de outras correntes e de outras cataratas

Onde todas as espumas e todas as loucuras abissais nos abraçam e se contorcem na dança sensual registrada em nossos membros.

Há as sensações rubras de delírio em corpos exaustos já pacificados com as águas recirculando tranqüilas no poço da reconciliação.

Há nossas mentes na caminhada para o reencontro com as energias primigênias em espaços demarcados no leito do rio embalado pelas águas e e pelas margens imponentes de força e de mistério

Há as celebrações de êxtase nos ecos afinados de divinos violinos suspensos por olímpicas cordas douradas pelos deuses.

Há todos os estremecimentos dos séculos comandados pelo eterno corpo de Eva que se doa como força do mundo

Há esta minha fantasia encrustada na tua e que passeia enfeitiçada pelas avenidas do mundo recontando as variadas histórias dos desejos e dos sucessos

Há as fontes e os pássaros que cantam e jorjeiam conosco no alto das árvores e nas baixadas dos bosques e que participam com nossos deuses eróticos da animação de nossa vida caminhante.





Jan Muá

Brasília

9 de julho de 2002

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