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cronicas-->A MELADA DO CURTO-CIRCUITO -- 20/02/2002 - 05:41 (LUIZ ALBERTO MACHADO) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A MELADA DO CURTO-CIRCUITO

Luiz Alberto Machado

Gente, segura as pregas que o negócio aqui tá de pernas pro ar! O negócio está tão a fole, dos fusíveis do planalto restarem todos queimados, provocando nos fios condutores do governo contatos indesejáveis de livre circulação, da tensão elétrica chega ficar a zero e os canais obstruídos. Tá c a gota, mesmo! Se alguém conseguir decifrar o que é de Brasília, avisa prá mim que não estou entendendo nada ao constatar essa pertubadora discrepància. Ou será que o negócio ali tá se acabando pelo fundo feito panela? Ou, então, estão desarmando o circo antes que se dêem conta das meladas todas!
Sei não. Parece mais que lá tem uma cabeça de burro enterrada e quando as ondas que se propagam no espaço se aproximam de lá, dão meia volta, volver, de virar uma babel e nem um bit, um sinal perdido sequer, consegue funcionar. Tudo por lá, ao que parece, virou um ruído branco de Gauss pelo não funcionamento da aparelhagem de recepção, com várias conexões adulteradas, muito cruzamento e descodificação, várias interferências e barreiras semànticas, completo absenteísmo e incompatibilidade de objetivos, inúmeras sequelas de conflitos e hostilidades, de findar com a voltagem alterada para cima, a capacidade da amperagem ultrapassada, o isolante todo deteriorado no meio das correntes, soltando faísca em todas as direções e do calor subir a um ponto crítico tal de ficar sobrecarregado e estourar com reações inflamáveis. Eita, boba torreiro! O negócio parece mesmo que vai pegar fogo, gente! Chamem bombeiros de verdade!
É, o negócio ali está tão entravado que das duas, uma: ou a corrente está anulada ou excessivamente reduzida. E isso se reproduz na ausência de comunicação interna ou na condução da circulação das informações precárias, onde a fala tornou-se inútil e tudo o que se diz é desdito e o não-dito ganha vigência. Póin: *%$@#*!?(*&%|+&$!>= Reduzindo-se os naturais descontos da minha insistente falácia de desconfiar que o negócio está pior do que pintam, eu fico aqui pensando se acabou o apagão porque não se tinha mais vergonha na cara de anunciar o mais novo aumento das tarifas elétricas para março; que a cada habeas-corpus concedido a salafrário, me dá uma sensação de derrota e de que não vale a pena a gente levar nada a sério neste país; que começou a doidice inflacionária com o aumento dos preços da verdura, das frutas, e que o brasileiro só vale porque é tratado como consumidor; que por incompetência aceitamos o adeus pungente das bromélias, remediando do mesmo jeito quando os lacerdinhas ardiam nos nossos olhos e trouxeram os pardais para predá-los, hoje num vemos quase tipo nenhum de passarinho, só esses comedores compulsivos que nem piam para a gente achar graça; que o "home" não sabia da crise energética, não foi informado da dengue, não tomou ainda ciência do aumento da gasolina, não está sabendo dos ataques dos bandidos aos batalhões, às delegacias, aos fóruns, aos quartéis, afinal, o que é que ele está fazendo lá mesmo? Ora, a dengue destamaínho conseguiu virar tragédia com consequências consideráveis e até imprevisíveis, chegando ao ponto de ter que se convocar exército, marinha e aeronáutica para debelar o bicho e dar cabo de sua petulància. Há que dizem que aqui não tem calamidade nem guerra, essa vai ficar na história do hilário.
Para se ter idéia do disparate, a curriola puxa-saquista até achou de ventilar que a dengue era cabo eleitoral do PT. Minha nossa! Fico, ainda, imaginando, pelo que vi, que o homem está somente apostando no voluntarismo besta do povo brasileiro que ainda dá crédito para suas meladas, batendo o pé que não é eleitoreiro retirar a sobretaxa que sempre foi indevida e deixar o bónus agradável, além de insistir veementemente que a economia ficou rica com o apagão e que está confiante que o Brasil será a maior potência do mundo daqui pro final do seu mandato. Santa paciência, meu!
Gente, cá prá nós, ou a coisa está feito de trancoso no reino da carochinha, ou estou com algum retardamento mental de acreditar numa lorota dessas? Nem vem que não tem. Hoje tem espetáculo? Lá, com certeza, deve ter sim, senhor.

© Luiz Alberto Machado. Direitos reservados.

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