Beleza rara
Metade cara de uma outra vulgar
Metade solução de um outro problema
Das duas a única que vale a pena
Quero agora suas asas cortar
Pois sou vaidoso
Não vou te negar
Por causa da outra beleza vulgar
Fui contaminado sem ter como curar
Por isso lhe prendo pra te admirar
Em uma gaiola em cima de um altar
Mereço um castigo por não compartilhar
A sua beleza para outros olhar
Mas não tenho medo de alguém me matar
O que mais me apavora é cego ficar
Beleza rara... Vou sempre velar
Eu que lhe prendo quero me libertar
De seu càndido encanto furtivo ao olhar
Desses olhares vulgares que não vem da alma
Estou cego de tanto vê-la
E acabo de me curar.