A cada dia que passa me preocupo com um problema que aumenta cada vez mais, sem que quase ninguém se dê conta. Trata-se da banalização da violência. A qualquer hora do dia ou da noite, ligamos nosso portal com o resto do mundo, seja a televisão ou o computador e nos deparamos com imagens de selvageria, vindas pelos quatro cantos da terra, e o que mais impressiona é que nos chocamos cada vez menos com isso.
A violência ronda os nossos quintais, e ainda assim, o efeito anestésico das múltiplas imagens impede a nossa sensibilidade. Somente quando acontece na carne, ou seja, com alguém que gostamos muito, é que sentimos, mas aí já é tarde.
Os Programas infantis, hoje em dia, estão lotados de violência, quase todos os novos desenhos são terminados em Mon (mon de monstros), o que traduz perfeitamente a falta de ética e consciência das pessoas responsáveis realmente pelas redes de comunicação. Não estamos apenas destruindo o presente, estamos também contaminando mortalmente o nosso futuro.
Nas guerras o pior não é a destruição provocada pelas bombas e mísseis, mas a deterioração dos sonhos e da inocência das crianças, órfãos da intolerância, que não entendem o que está acontecendo, mas sofrem, e no futuro, trasformam esse sofrimento em muito mais ódio e violência. Se trata de um "vírus" mais letal do qualquer um que a ciência já encontrou, pois ele ataca o que não se pode ver, a alma.
Se não tomarmos conciência de tudo o que está acontecendo e não fizermos alguma coisa para parar esse processo, com certeza, no futuro bem mais próximo do que se pensa, a terra será habitada por homens de caráter cada vez mais parecido com os bizarros desenhos infantis, que atualmente funcionam como bombas-relógios, e destroem a inocência de nossas crianças.