O jornal francês Le Monde noticia, numa de suas últimas edições, que minorias étnicas iranianas estão em via de extinção. A denúncia, segundo o jornal, foi feita por uma entidade britânica que milita na área de direitos humanos. O noticiário diz que, baseado no documento apresentado pela entidade, a maioria xiita está massacrando as minorias étnico-sociais, as quais vivem confinadas em pequenas aldeias distante dos centros mais desenvolvidos do país. Estas minorias não possuem bens e não conseguem acesso sequer a um pedaço de terra para praticar uma parca agricultura ou pecuária.
É lamentável que um país com um potencial econônomico como o Irã pratique atrocidades desta natureza. E é,sem sombra de dúvidas, uma situação inaceitável.
Mas reflitamos bem: é muito fácil olhar o rabo de palha dos outros. Não precisamos fazer qualquer esforço para nos lembrarmos das discrinações, dos massacres e exclusões de todas as naturezas praticadas com pessoas de outras raças, situações sociais e nacionalidades na Grã-Bretanha. Brasileiros, mesmo sem falar da execução de Jean Charles, são discriminados frequentemente naquele país. Também a França, país do jornal que publicou a notícia, é célebre em tratar com desdém e brutalidade pessoas de grupos étnicos distintos, como por exemplo, originários da África.
Porém, não nos alegremos. O Brasil também trata com desprezo seu povo. Enquanto levamos uma vida mais ou menos normal aqui nas cidades, lá nos recantos mais distantes nossos mais antigos ancestrais, crianças indígenas estão morrendo de desnutrição por causa da omição governamental. Os mais adultos estão se suicidando por falta de motivação para viver, pois a Funai não é capaz de promover tão prometida motivação.
JOEL DE SÁ
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