Há Mestre disto e daquilo,
para muitas freguesias,
como mo "Mestre das Arábias",
conhecido por Golias,
que surge na Praça é Nossa,
tirando a gente da fossa
com as suas heresias.
E houve o caso inusitado
do Me3stre Sebastião,
que dizia ao alunado:
"Me responda sim ou não,
que só será aprovado
o discípulo escolado
que for bem na redação!"
Também, Sócrates foi Mestre,
Aristóteles, Platão,
isso aí na Antiga Grécia;
que em Roma, "Ciço", catão, *
chegou a ser senador
e como grande orador,
falou de César e traição...
E houve Mestre Vitalino,
(ali de Caruaru),
com coisas bem engraçadas,
engraçadas pra chuchu,
nas suas peças de barro
por este mundo espalhadas,
mostrando para o estrangeiro
o folclore brasileiro
do cangaço e vaquejadas.
Há o Mestre Nascimento,
o Nascimento do passo,
que é bamba no movimento,
pois, sem sair do compasso,
em muitos lances do frevo,
faz dos turistas o enlevo,
com todo desembaraço.
E há, ainda, o Mestre Cuca
que, geralmente, é francês
e faz comida gostosa
para agradar ao freguês:
- os pratos bons de Paris,
de Bonaparte e Luiz
de XIV a dezesseis.
E houve Mestre Capiba,
e, também, Nelson Ferreira,
dois grandes compositores,
uma dupla de primeira
que animou o Carnaval
e fez o frevo imortal
até em terra estrangeira.
Que dizer do Aleijadinho,
- Miguel Ângelo de Minas -,
que apóstolo esculpiu
qual se pelas mãos divinas,
com tão grande perfeição,
que é, sempre, uma atração,
para as levas peregrinas?!
Porém, Mestre de cordel,
tem em grande quantidade:
- a gente encontra a granel,
andando em qualquer cidade,
seja na praça ou na feira,
tá assim de Zé Limeira
a cantar absurdidade!
* OBS. Não confundam, os fãs de Zé Limeira,
com Padim "Ciço" Romão. O autor.
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